Núcleo da Terra desacelera contrariando estudos anteriores

Estudo da revista Nature revela que o núcleo da Terra desacelera, contrariando estudos anteriores, que afirmavam que ele girava mais rápido do que a superfície do planeta.

O núcleo interno é uma esfera sólida composta principalmente de ferro (85%) e níquel (cerca de 10%), com pequenas quantidades de outros elementos como enxofre, oxigênio e silício. Do tamanho da Lua, essa região está imersa em um líquido superquente com composição química semelhante, e sua rotação ocorre devido ao arrasto viscoso.

Segundo o estudo, liderado pelo autor correspondente John Vidale, da USC Dornsife, o núcleo interno começou a diminuir sua velocidade por volta de 2010. Entretanto, essa descoberta representa um desafio, pois o núcleo interno está localizado a mais de 4,8 mil quilômetros abaixo da superfície da Terra e não pode ser visitado ou visualizado diretamente.

Para obter dados mais confiáveis, a equipe adotou uma abordagem inovadora, estudando as ondas sísmicas de terremotos repetidos. Eles analisaram dados sísmicos de 121 terremotos nas Ilhas Sandwich do Sul entre 1991 e 2023, além de testes nucleares realizados por soviéticos, franceses e americanos. Contudo, a desaceleração do núcleo interno é atribuída a três fatores interligados: a agitação constante do núcleo externo (responsável pelo campo magnético da Terra) e os “puxões” gravitacionais do manto rochoso superior.

Quanto às consequências dessa mudança, embora haja a possibilidade de um aumento muito pequeno na duração dos dias na Terra (na ordem de um milésimo de segundo), esse efeito é praticamente imperceptível para nós, perdido no ruído dos oceanos e da atmosfera.

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