Afinal, como haveria de ser uma Nova Ordem Mundial, sem ocorrer uma real mudança na hierarquia de comando entre os países?
Ademais, as sanções impostas por países do ocidente à Rússia, devido a guerra contra a Ucrânia, tem demonstrado seu efeito contrário.
O resultado prático que vemos é de um ocidente dependente, fragilizado, causando a si própria os efeitos das sanções que impôs sobre a Rússia.
Os exemplos vão desde os EUA aproximando-se da Venezuela por petróleo e com suas reservas de urânio comprometidas, até a Alemanha aceitando pagar pelo gás russo em rublos, enquanto estabelece racionamento do uso.
Nova Ordem Mundial
O termo representa, no mínimo, que ‘algo’ não teria ficado bem resolvido desde a Segunda Guerra Mundial.
Woodrow Wilson, 28º Presidente dos Estados Unidos de 1913 a 1921, foi o primeiro a adotar o termo, alinhado com seu programa de reformas progressistas nas relações internacionais.
Na Sociedade das Nações, organização que seguiu em funcionamento de 1919 até 1946, o presidente americano forjou o conceito de ‘governo mundial único’.
A Sociedade das Nações serviu como um tipo de ensaio para a Organização das Nações Unidas (ONU).
Com o seu fim em 1942, sua missão de ‘paz mundial’ foi assumida pela ONU, quando criada em 1946.
Assim, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a ideia de uma Nova Ordem Mundial seguiu adiante.
Agora, sua justificativa refletiria sobre a Guerra Fria.
Tendo a expressão sido utilizada pela primeira vez pelo presidente Franklin Delano Roosevelt, em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, seria agora o presidente Ronald Reagan ao fazê-lo.
Mais uma vez um presidente americano emprega literalmente a expressão Nova Ordem Mundial, agora para contrapor-se à ameaça da União Soviética.
Por décadas o conceito tem sido idealizado, tendo a ONU como principal protagonista.
Tempos de hoje
Um pouco antes, no auge do combate à pandemia de covid-19, o mundo começou a ouvir uma nova expressão, ‘Great Reset’.
A ‘Grande Reinicialização’, tradução de ‘Great Reset’ para o português, nada mais seria que a Nova Ordem Mundial com outro nome.
O apelo para uma Nova Ordem Mundial surge, mais uma vez, pela necessidade de uma recuperação econômica mundial.
Foi assim após as Guerras Mundiais, durante a Guerra Fria e, agora, como medida necessária para recuperação econômica após a pandemia.
Com a vez da palavra, a Rússia
BRICS, acrônico em inglês do nome dos países que compõem o grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), representa a liderança de países economicamente em ascensão.
Em todos os aspectos … esses países se tornarão a base de uma nova ordem mundial
Essa foi a declaração do vice-chanceler russo, Sergey Ryabkov, ao ser perguntado se os países do BRICS assumiriam um papel mais importante no mundo.
Não haveria, por parte da Rússia, interesse de isolar um ou outros país.
Ryabkov afirmou que a Rússia estaria trabalhando para fazer contatos com qualquer país interessado em cooperação.
Faz parte desse trabalho uma política estável e de longa data estabelecida com a China.
A Europa Ocidental depende do gás russo. Assim, o produto tornou-se um tipo de resposta da Rússia contra a russofobia ocidental.
A exigência de se pagar pelo gás russo em rublos foi considerada pelos países consumidores do produto uma ação hostil da Rússia.
Por consequência, a Rússia considera um ato vergonhoso o abrupto rompimento de contratos da compra de gás pelos países do Ocidente.
Por fim, reforçando o seu conceito para uma Nova Ordem Mundial, Ryabkov acredita que esses sentimentos anti Rússia seriam antigos, e somente teriam aflorado agora por causa da guerra.
“O Ocidente simplesmente odeia a Rússia”
Com essa afirmação, o vice-chanceler russo afirma que o Ocidente não acredita haver um lugar para a política independente da Rússia na arena política global.
Boa explicação.