Grupo Pão de Açúcar e sua retração

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GRUPO PÃO DE AÇÚCAR

Grupo Pão de Açúcar (GPA), operador do CBD, Companhia Brasileira de Distribuição, tem chamado a atenção diante a sua última movimentação estratégica de desinvestimento, na qual pois fim a marca Extra Hiper.

Os principais motivos. Primeiramente, acabar com o Extra consistiu em sair do grupo de hipermercados e até mesmo dos ‘atacarejos’, uma mistura de atacado com varejo, sua última investida com a marca e que durou pouco tempo.

Contudo, o controlador do Grupo Pão de Açúcar, o grupo francês Casino, segue à frente dos dois negócios pois, ainda detém a marca Assaí, importante rede de ‘atacarejo’, que até início de 2021 fazia parte do GPA.

Com a cisão, GPA e Assaí passaram a seguir de modo independente, apesar de terem em comum a majoritária Casino.

Ao final de 2021, após ter anunciado o fim do Extra e em acordo com o Assaí, este arrematou 71 da 103 lojas Extra Hiper, por 5,2 bilhões de reais.

O destino dessas 71 lojas é serem convertidas em ‘Assaís’.

Na parte do GPA, o destino das lojas Extra Hiper restantes segue em transição.

Impactos

A maior parte das lojas Extra Hiper a serem desativadas, 25 de um total de 31 lojas, encontram-se na capital paulista.

Desse total, 17 lojas já tiveram seu destino final, adquiridas por fundo de investimentos de Singapura.

Estas, por sua vez, devem engrossar a expansão do Assaí, pois, como parte do acordo de compra e venda, haverá a locação das lojas para o Assaí por até 40 anos.

Restam, portanto, 14 lojas Extra hiper a serem desativadas.

O efeito sobre as lojas Extra Hiper que permanecem em funcionamento é o afastamento dos clientes.

O sentimento atual é de abandono.

Como perfil, essas lojas contam com galerias de lojistas na entrada, um tipo de micro shopping center.

Boa parte desses lojistas tiveram seus contratos rescindidos e, por ora, os pontos seguem fechados.

Desafios

A informação atual é que as lojas do Extra Hiper sejam convertidas em lojas Pão de Açúcar, outra bandeira de supermercados do GPA.

Nos últimos dias foi possível ver funcionários uniformizados como Extra reunidos no interior da loja Pão de Açúcar da Ricardo Jafet no que seria um tipo de treinamento.

Anúncios pelos interfones de quem visita hoje as lojas Extra Hiper do Itaim-Bibi da Ricardo Jafet, ambas em São Paulo, explicam as mudanças.

Contudo, esses dois exemplos servem para expor o que talvez seja o principal desafio do GPA nessa transição.

Ambos os locais possuem lojas Pão de Açúcar muito próximas. Razão pela qual fica a dúvida se tais pontos serão mantidos ou serão fechados com a transformação do Extra Hiper em Pão de Açúcar.

Na Ricardo Jafet, referente ao mapa acima, a distância entre as lojas é de 5 minutos de caminhada.

Já o Extra Hiper no Itaim-Bibi pode ser alcançado pelo Pão de Açúcar na Joaquim Floriano e por outro, na Clodomiro Amazonas, ambos com 10 minutos de caminhada.

Outra característica está no tamanho da loja. A área de gôndolas dos hipermercados Extra é maior que o padrão das lojas Pão de Açúcar.

Assim, aumentar o tamanho consistirá em submeter aos clientes um novo modelo de loja, maior do que estão acostumados.

Isso, no mínimo, iria de encontro com o que acabou por afastar os clientes das grandes lojas, a falta de comodidade ao realizar suas compras.

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