Como o cérebro extrai conhecimento do que vivenciamos?

Como o cérebro aprende e extrai conhecimento do que vivenciamos? Explore como os humanos fazem inferências e constroem representações abstratas, essenciais para a adaptação e tomada de decisões rápidas.

Os humanos possuem uma habilidade impressionante para fazer inferências sobre aspectos ocultos de seu ambiente e, com isso, ajustar seu comportamento. Essa capacidade, portanto, depende fortemente da construção de representações abstratas do mundo ao nosso redor. A abstração, por sua vez, permite que as pessoas resumam informações relevantes e descartem detalhes desnecessários, facilitando a identificação de variáveis latentes que descrevem o ambiente eficientemente.

A questão central, então, é: como o cérebro cria representações neurais que possibilitam esse comportamento adaptativo? Um exemplo simples aparece nas travessias de pedestres em países que dirigem pela esquerda, como o Reino Unido, em comparação com aqueles que dirigem pela direita, como os Estados Unidos. Nesses casos, as representações neurais são distintas e não dependem de contextos específicos, como a localização da travessia.

Além disso, as representações abstratas devem permitir que os indivíduos generalizem suas ações em novas situações, mantendo a invariância em relação a variáveis irrelevantes. Essa capacidade é, portanto, crucial para a tomada de decisões rápidas e eficazes. O hipocampo, uma região do cérebro, é visto como fundamental para a abstração e a inferência, mas ainda existem dúvidas sobre a rapidez com que essas representações podem se desenvolver durante o aprendizado.

Pesquisas em primatas, roedores e redes neurais artificiais já mostraram que representações com essas propriedades podem existir. Agora, a ciência se volta para a pergunta: será que essas representações abstratas também são observadas no cérebro humano? E, finalmente, como elas se formam durante o aprendizado? Essas questões são essenciais para entender como processamos informações complexas e nos adaptamos a novas situações.

Fonte: Nature

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