Pesquisa resgata produção agrícola em áreas degradadas
Pesquisa resgata produção agrícola em áreas degradadas as transformando em terras produtivas e sustentáveis.
A Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Jahu-Octavio Celso Pacheco de Almeida Prado, em Jaú, conduziu um estudo que demonstra a transformação de áreas rurais abandonadas ou degradadas em terras produtivas. A pesquisa, intitulada “Florestas Multifuncionais e Integradas para a Sustentabilidade da Paisagem Rural no Estado de São Paulo”, é a segunda fase de um projeto iniciado em 2018 pelo professor Jozrael Henriques Rezende, engenheiro e docente da instituição.
Explorando Florestas de Forma Sustentável
A premissa principal do estudo é que as florestas não precisam ser intocadas para preservar sua diversidade. O professor Rezende afirma que é possível explorá-las de forma sustentável. Na região, onde a cultura predominante é a cana-de-açúcar, o desmatamento é alto e a vegetação nativa remanescente é escassa e frequentemente degradada. Além disso, há terrenos abandonados em declive devido à mecanização da colheita da cana-de-açúcar. No entanto, o objetivo não é trabalhar em áreas com plantações ou pastagens de boa qualidade do ponto de vista econômico, mas sim em áreas menos importantes para os produtores.
Potencial Econômico e Diagnóstico da Região
Durante a primeira fase da pesquisa, intitulada “Sustentabilidade no Ecótono do Centro-Oeste Paulista”, os pesquisadores realizaram um diagnóstico da região, que representa uma área de transição entre dois biomas, marcando o ponto onde a Mata Atlântica se transforma em cerrado. Enquanto o estado de São Paulo possui cerca de 14% de remanescentes florestais, em Jaú esse índice é de apenas 6%. Entretanto, para identificar as áreas adequadas para a implementação das florestas multifuncionais, Rezende realizou estudos de caso nos municípios de Brotas e Jaú, identificando 12 mil hectares e 7 mil hectares, respectivamente.
Explorando Espécies Nativas com Potencial Econômico
O estudo concentrou-se na grande diversidade de espécies nativas com potencial econômico, tanto para produtos madeireiros quanto não madeireiros, como frutas, resinas e castanhas. O arboreto da Fatec destaca-se por abrigar 72 árvores de 12 espécies diferentes, sendo frequentemente medidas e avaliadas. Entre as espécies promissoras estão o baruzeiro, produtor da castanha de baru, que tem potencial para conquistar o mercado internacional, e a palmeira macaúba, que pode fornecer uma quantidade significativa de óleo para atrair setores como a indústria cosmética e da aviação.
Resultados Acadêmicos e Engajamento Estudantil
A pesquisa tem gerado resultados positivos entre os estudantes da Fatec. Os alunos de graduação acompanham o estudo, enquanto os bolsistas de monitoria de iniciação científica do Centro Paula Souza (CPS) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) também estão envolvidos. Além disso, o estudo gera contribuições acadêmicas, como a produção de artigos, trabalhos de graduação e iniciação tecnológica, bem como a participação em eventos científicos.
Criando um Ciclo Virtuoso de Sustentabilidade
O professor explica que ao plantar uma espécie com o propósito de ser cortada, é possível preservar árvores em outros centros florestais, pois o plantio e o corte são realizados de forma contínua. Ademais, com as florestas multifuncionais, é possível escapar do ciclo vicioso de queimadas e desmatamento, criando um ciclo virtuoso de plantio e geração de renda por meio do uso sustentável das espécies nativas.
Fonte: Governo de São Paulo