Em visita ao Brasil, Macron oferta acordo no setor nuclear

Macron faz oferta nuclear ao BRICS

Durante sua visita oficial ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, ofereceu auxílio no desenvolvimento de um submarino com propulsão nuclear e assina acordo para colaboração na geração de energia nuclear.

Macron fez o anúncio durante a cerimônia de lançamento do terceiro submarino diesel-elétrico da classe Riachuelo do Brasil, baseado na classe francesa Scorpene.

Macron afirmou: “Desejo que abramos um novo capítulo para submarinos, avançando para a propulsão nuclear, ao mesmo tempo, em que respeitamos perfeitamente todos os compromissos de não proliferação. Se vocês desejarem, a França estará ao lado do Brasil nesse empreendimento.”

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos do Brasil (PROSUB) foi estabelecido em 2008, após um pacto de segurança entre o Brasil e a França cujo objetivo era modernizar a marinha brasileira.

A quinta embarcação do programa, o Alvaro Alberto, será impulsionada por energia nuclear.

O PROSUB foi criado para defender os recursos estratégicos do Brasil, considerando seu extenso litoral e que 95% das importações e 90% do abastecimento nacional de petróleo do país vêm do mar.

Além disso, o programa visa impulsionar a indústria naval brasileira e gerar milhares de empregos.

A empresa de defesa francesa Naval Group tem fornecido apoio na concepção de modificações no casco dos submarinos para acomodar um reator nuclear.

No entanto, Paris hesita em fornecer tecnologia de propulsão nuclear ao Brasil devido a preocupações com a quebra dos compromissos de não proliferação.

Até o momento, apenas os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Rússia, EUA, Reino Unido, China e França) e a Índia possuem submarinos com propulsão nuclear.

Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP)

O Brasil é um Estado sem armas nucleares e faz parte do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), mas suas normas não o proíbem tecnicamente de construir seus próprios reatores nucleares navais e enriquecer seu próprio urânio para alimentá-los.

O programa nuclear pacífico do Brasil é desenvolvido internamente, com um ciclo completo de enriquecimento de combustível de urânio e duas usinas de energia nuclear.

Até agora, o projeto do reator nuclear para o futuro navio também tem sido totalmente brasileiro.

A China expressou preocupações de que o TNP possa ser comprometido após os Estados Unidos e o Reino Unido anunciarem o pacto de segurança trilateral AUKUS com a Austrália em 2021, o qual envolve a venda de três submarinos nucleares dos EUA e a transferência de tecnologia nuclear.

Pacto AUKUS

Pequim alertou que o pacto AUKUS mina o TNP, uma vez que estabelece um precedente perigoso ao fornecer reatores de propulsão nuclear e abundantes de urânio enriquecido para um Estado sem armas nucleares.

A China também expressou preocupação com a possibilidade de a Austrália desviar o urânio para a construção de armas nucleares, visto que não há garantias nesse sentido.

Acordo Nuclear entre Brasil-França

Representantes dos governos brasileiro e francês assinarão nesta quinta-feira (28), em Brasília, um acordo que prevê colaboração para geração de energia nuclear.

Um dos destaques do texto é um entendimento para a exploração de reservas de urânio no Brasil.

Fonte: RT – CNN

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