Venezuela anexa território petrolífero da Guiana ao seu mapa
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, exibiu um mapa atualizado que mostra um território petrolífero disputado com a vizinha Guiana como parte da Venezuela.
O mapa incluindo a província ‘Guiana Esequiba’ será publicado e distribuído em escolas e universidades, disse Maduro.
A lei sobre a criação da nova província já foi submetida ao parlamento do país, segundo o presidente.
Discórdia secular
A área que a Guiana chama de “Essequibo” tem sido um motivo de discórdia entre os dois países desde o século XIX.
Em 1899, a arbitragem dos EUA atribuiu a região à Guiana, na altura uma Colônia britânica, mas a Venezuela nunca aceitou a decisão.
Em 2018, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, remeteu o litígio para o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), tendo o órgão sediado em Haia decidido em abril que tinha jurisdição no caso.
No domingo, um referendo na Venezuela apresentou um resultado que apoiava esmagadoramente o governo de Maduro sobre o estatuto da “Guiana Esequiba”.
A votação confirmou que Caracas deveria rejeitar a decisão de arbitragem de 1899, bem como a jurisdição da CIJ sobre o assunto.
Também endossou um plano para oferecer a cidadania venezuelana aos residentes do território administrado pela Guiana.
Contudo, as empresas estatais da Venezuela irão “imediatamente… proceder à concessão de licenças para a exploração de petróleo, gás e minas na “nossa Guiana Esequiba”, disse Maduro.
Entretanto, as empresas que operem na área terão três meses para se retirar do território, explicou, acrescentando que seria criada uma zona de defesa integral da ‘Guayana Esequiba’.
Exxon Mobil e Guiana
Um consórcio liderado pela empresa norte-americana Exxon Mobil começou a produzir petróleo na costa da Guiana no final de 2019, sob licença do governo da Guiana, com as exportações a começarem em 2020.
Além disso, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse que Maduro estava demonstrando “desrespeito flagrante” pela CIJ, que na semana passada disse que proibia a Venezuela de tomar qualquer ação para mudar o status quo da região.
“A Força de Defesa da Guiana está em alerta máximo. A Venezuela declarou-se claramente uma nação fora da lei”, anunciou Ali. O país entrará em contato com o Conselho de Segurança da ONU e a CIJ sobre o desenvolvimento na manhã de quarta-feira, acrescentou.
Contudo, Ali também se dirigiu às empresas estrangeiras que operam na Guiana, dizendo que“ a nossa mensagem é muito clara, os seus investimentos estão seguros”, insistindo que Georgetown tem o apoio da comunidade internacional na sua disputa com Caracas.