Conforme a última edição do World Economic Outlook do Banco Mundial, com o aumento do custo de vida e da taxa de juros, a economia global teve acentuada desaceleração e o risco de crise financeira em mercados emergentes e economias em desenvolvimento (MEEDs) se intensificou.
Economia global desalecerado
Espera-se que a economia global desacelere, de 3,1% em 2022 para 2,1% em 2023.
Nos MEEDs, excluindo a China, a economia este ano deverá desacelerar de 4,1% no ano passado para 2,9%, refletindo resultados globais desfavoráveis.
As projeções dessas economias para 2023 são menos da metade das projetadas há um ano, tornando-as frágeis a novas crises.
Para complicar mais ainda, esta semana foi divulgado o Mapa da fome, que constatou que aproximadamente 29,6% da população global, o equivalente a 2,4 bilhões de pessoas, sobrevivem em situação de insegurança alimentar.
Entretanto, foi confirmado que as principais causas para esta crise foram a pandemia, as mudanças climáticas e os conflitos humanitários.
Economia do Brasil
A pandemia da Covid-19 e suas políticas sanitárias draconianas levaram o Brasil ao aumento do custo de vida e diminuição ou perda de renda das famílias.
Nestes 3 últimos anos o fechamento das empresas foi recorde e tudo isso foi por conta da crise gerada após a pandemia de Covid-19.
As consequências do “fecha tudo”, “fique em casa”, “use máscara” e “passaporte de vacina”, excluíram as pessoas de um convívio social e as afastou de seus empregos, isso prejudicou suas rendas, sendo que muitas delas perderam seus empregos e bens.
O consumo caiu drasticamente, pois quem não tem emprego, não tem renda e também não consome.
O endividamento cresceu, e os bancos e empresas agora estão renegociando as dívidas.
Preste atenção, renegociar não quer dizer que as pessoas vão pagar. Muitas delas não conseguem pagar, por estarem desempregadas ou não ganham o suficiente para pagar as contas, se endividando cada vez mais.
Em 2023, devido à inflação crescente e ao limite da demanda global, a expectativa é que o crescimento real do PIB tenha desaceleração e chegue a 0,8%.
Juntos, esses fatores provavelmente reprimirão ainda o consumo privado, as exportações e o investimento.
Hoje, milhões de brasileiros estão passando fome e sem nenhuma perspectiva de melhora a curto prazo.
Além disso, conforme o relatório de Índice de Capital Humano (ICH) do Banco Mundial, uma criança brasileira perderá em média 46% do seu potencial total devido às condições inadequadas de saúde e educação, agravadas pelos efeitos da pandemia de Covid-19.
Economias em desenvolvimento
As últimas previsões indicam que os danos causados pela pandemia, o conflito na Ucrânia e a forte desaceleração econômica global resultaram queda no desenvolvimento do MEEDs.
Até ao final de 2024, a atividade econômica nestas economias estará cerca de 5% abaixo dos níveis projetados às vésperas da pandemia.
Muitas economias em desenvolvimento estão lutando para lidar com baixo crescimento, inflação persistentemente alta e níveis recordes de dívida.
Economias avançadas
Segundo o relatório, nas economias avançadas haverá uma diminuirão de 2,6% em 2022 para 0,7% este ano e permanecerá fraco em 2024.
Contudo, na região do euro, prevê-se que as economias desacelerem de 3,5% em 2022 para 0,4% em 2023, refletindo o efeito prolongado do aperto da política monetária, do aumento dos preços da energia, gerados pela crise pós-pandemia de COVID-19.
Economia EUA
Além disso, o relatório contém uma análise de como os aumentos das taxas de juros nos Estados Unidos estão afetando os MEEDs.
Entretanto, a maioria do aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano foi impulsionada pelas expectativas dos investidores, confiando na dura política monetária para controlar a inflação.
Contudo, após crescer 1,1% em 2023, a economia dos EUA deverá desacelerar para 0,8% em 2024, principalmente devido ao forte aumento das taxas de juros no ano passado.
Taxa de juros e crise financeira
As taxas de juros estão associados a efeitos financeiros negativos nos MEEDs e até mesmo a uma maior probabilidade de uma crise financeira.
Dessa maneira, esses efeitos são mais acentuados em países com maior vulnerabilidade econômica.
Em particular, nos mercados financeiros menos desenvolvidos, o acesso é mais limitado ao capital internacional, registrar grandes aumentos nos custos de empréstimos.
Economias de baixa renda
Nos países de baixa renda, o prejuízo é enorme: em mais de um terço desses países, a renda per capita em 2024 ainda estará abaixo dos níveis de 2019.
Ademais, devido ao baixo de crescimento da renda, a extrema pobreza chegará em muitos países de baixa renda.
Portanto, aumento das taxas de juros agravou a deterioração de suas posições fiscais na última década.
Contudo, os pagamentos de juros estão consumindo uma proporção crescente da limitada receita pública.
Entretanto, com a probabilidade de eventos adversos, como eventos climáticos extremos e conflitos, gera mais dificuldades para as famílias em países de baixa renda.
Além disso, em média, esses países alocam apenas 3% do PIB para seus cidadãos mais vulneráveis, bem menos que os 26%, em média, alocados pelas economias em desenvolvimento.
Gerar emprego para reduzir a pobreza
Segundo o Banco Mundial, a maneira de reduzir a pobreza e expandir a prosperidade é gerando emprego. No entanto, o crescimento mais lento torna a criação de empregos muito mais difícil.
Desse modo, à medida que as condições globais de crédito se tornam mais apertadas, um em cada quatro MEEDs perdeu o acesso aos mercados internacionais de títulos.
Contudo, a pressão é especialmente severa para MEEDs com vulnerabilidades pressupostas, como baixa credibilidade.
Perspectivas Regionais
Entretanto, as perspectivas regionais não são muito promissoras.
Abaixo as perspectivas relacionadas a cada região:
Leste Asiático e Pacífico: Prevê-se que o crescimento aumente para 5,5% em 2023 e depois desacelere para 4,6% em 2024.
Europa e Ásia Central: Espera-se que o crescimento em 2023 aumente ligeiramente para 1,4% antes de subir para 2,7% em 2024.
América Latina e Caribe: Espera-se que o crescimento desacelere para 1,5% em 2023 e depois recupere para 2% em 2024.
Oriente Médio e Norte da África: Prevê-se que o crescimento desacelere para 2,2% em 2023 e depois recupere para 3,3% em 2024.
Sul da Ásia: Espera-se que o crescimento desacelere ligeiramente para 5,9% em 2023 e 5,1% em 2024.
África Subsaariana: Prevê-se que o crescimento desacelere para 3,2% em 2023 e suba para 3,9% em 2024.
Fonte: Banco Mundial