Outback tem prejuízo e pode deixar o Brasil
Outback, rede de restaurantes da Bloomin’ Brands, teve um prejuízo líquido de US$ 83,9 milhões no primeiro trimestre de 2024. Isso reverteu o lucro de US$ 91,3 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita do Outback caiu 3,4% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 1,19 bilhão.
O Brasil representa uma parcela significativa do faturamento internacional do Outback, respondendo por 83% do total. No entanto, a Bloomin’ Brands vem estudando a possibilidade de vender as operações no país desde 2022. A empresa admitiu que está explorando alternativas para o negócio, incluindo a venda das operações.
O Outback está presente no Brasil desde 1997, com 152 unidades distribuídas em 20 estados e no Distrito Federal. No entanto, a rede tem enfrentado dificuldades. Desde 2021, quando a franquia começou a registrar uma queda nas vendas de 5,1% no Brasil, houve um processo de recuperação. No entanto, o ritmo ainda é lento. Conforme o relatório do primeiro trimestre de 2024, as vendas no país apresentaram uma queda de 0,7%.
A Bloomin’ Brands contratou o Bank of America (BofA) como consultor financeiro para auxiliar na tomada de decisão. Embora a empresa esteja buscando alternativas estratégicas para as operações no Brasil, ainda não há um cronograma definido para a conclusão do processo.
A situação do Outback no Brasil é incerta. A possibilidade de encerramento das operações ou venda da rede é real e está sendo considerada pela Bloomin’ Brands. O futuro do Outback no Brasil dependerá das decisões que a empresa tomar nos próximos meses.
A Bloomin’ Brands, que também é proprietária de outras marcas de restaurantes, como Fleming’s Prime Steakhouse & Wine Bar, Bonefish Grill e Carrabba’s Italian Grill, enfrenta desafios em vários mercados. No entanto, o Brasil tem sido uma preocupação particular, dada a sua importância para o faturamento internacional da empresa.
Efeitos da pandemia
O Outback é conhecido por seu ambiente descontraído e menu diversificado, que inclui carnes grelhadas, frutos-do-mar, saladas e sobremesas. No entanto, a concorrência acirrada no setor de restaurantes e as mudanças nos hábitos de consumo, impulsionadas em parte pela pandemia de COVID-19, pressionaram a rede.
A empresa tem se esforçado para se adaptar, incluindo a introdução de novos itens no menu e a expansão dos serviços de entrega. No entanto, essas medidas não foram suficientes para reverter a tendência de queda nas vendas.
A decisão de vender as operações no Brasil não é fácil para a Bloomin’ Brands. O país tem sido um mercado importante para a empresa, e o Outback é uma marca bem estabelecida e popular entre os consumidores brasileiros. No entanto, a realidade financeira e operacional pode forçar a empresa a tomar uma decisão difícil.
Se a venda ocorrer, será interessante ver quem pode estar interessado em adquirir as operações do Outback no Brasil. Poderia ser outra grande empresa de restaurantes procurando expandir sua presença no país, ou talvez um grupo de investidores privados.
Independentemente do que acontecer, os próximos meses serão cruciais para o futuro do Outback no Brasil. A decisão da Bloomin’ Brands terá implicações significativas não apenas para a empresa e seus acionistas, mas também para os funcionários do Outback no Brasil e para os consumidores que apreciam a marca. A situação merece ser acompanhada de perto.