União Europeia se prepara para expansão antes de 2030
Conforme o Financial Times, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deverá declarar que a União Européia (UE) deve concentrar-se na expansão como um dos seus objetivos estratégicos nos próximos anos.
O diário britânico afirma ter obtido uma previsão exclusiva do que o chefe do Conselho irá propor num discurso na Eslovênia.
Michel irá supostamente apelar ao bloco para a adicionação de novos membros até 2030, enquanto “a janela de oportunidade estiver aberta”.
“Se quisermos ser legítimos, temos de falar sobre o timing”, dizem as notas do discurso de Michel, segundo o FT. “À medida que preparamos a próxima agenda estratégica da UE, temos de estabelecer um objetivo claro, e temos de estar prontos, de ambos os lados, até 2030 para expandir.”
“Temos agora de encarar a expansão como um dos nossos principais desafios. Tanto para a UE como para os seus futuros Estados-membros”, dirá supostamente o presidente do Conselho Europeu aos participantes no Fórum Estratégico de Bled, que incluirá líderes de países candidatos à UE, como Moldávia, Albânia, Montenegro, Sérvia, Macedónia do Norte e Bósnia e Herzegovina.
Entretanto, espera-se que os líderes da UE realizem a sua próxima discussão sobre a expansão no início de Outubro, numa reunião de cúpula na cidade espanhola de Granada.
No entanto, tal como observado pelo FT, alguns membros do bloco estão preocupados com o fato de passar dos atuais 27 Estados-Membros para mais de 30 e assim poder colocar uma pressão significativa no orçamento da UE e complicar ainda mais a política agrícola, a ajuda regional e os processos de tomada de decisão.
Países candidatos
Nos últimos anos, Bruxelas aceitou oficialmente a Ucrânia, a Moldávia e a Albânia como países candidatos e lançou um debate sobre a possibilidade de permitir a adesão de até oito outros países num futuro próximo.
Desde que obteve o estatuto de candidato no ano passado, após o lançamento da campanha militar da Rússia, a Ucrânia pressiona o bloco a iniciar negociações de adesão o mais rapidamente possível, de preferência antes do final de 2023.
No entanto, embora alguns membros da UE, nomeadamente a Alemanha, tenham afirmado que estão prontos a apoiar a Ucrânia na sua tentativa de aderir ao bloco, outros sublinharam que o processo poderá levar anos, se não décadas, uma vez que Kiev ainda não cumpriu uma série de requisitos necessários, como aprovar reformas que combatam a corrupção, os oligarcas, os direitos humanos e o Estado de direito.