“Todos os rios do Brasil estão contaminados” alertam pesquisadores

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AGROTÓXICOS

“Todos os rios do Brasil estão contaminados” alertam pesquisadores. Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um grave problema de contaminação de suas águas por agrotóxicos, uma questão que não apenas compromete a saúde pública, mas também revela profundas desigualdades sociais e econômicas. Um estudo recente destacou a presença alarmante de substâncias químicas, como o herbicida 2,4-D, em rios brasileiros, incluindo o Tocantins, levantando sérias preocupações sobre a qualidade da água consumida pela população.

Entretanto, pesquisadores, como o professor Danilo Rheinheimer e a pesquisadora Larissa Bombardi, alertam para a permissividade do país em relação ao uso de agrotóxicos, comparando os limites de resíduos permitidos no Brasil com os da União Europeia. Essa situação, segundo eles, não apenas coloca em risco a saúde da população, mas também reflete uma visão colonialista que desvaloriza a vida dos cidadãos brasileiros em relação a normas internacionais. Em meio a esse cenário, a urgência de uma regulação mais rigorosa e a responsabilização das empresas envolvidas tornam-se temas centrais para garantir um futuro mais seguro e sustentável para o país.

“Todos os rios do Brasil estão contaminados”

“Todos os rios do Brasil estão contaminados”, alertam os pesquisadores, destacando que o estudo revela a alarmante presença de agrotóxicos, especialmente no rio Tocantins. Recentemente, após a queda de caminhões que transportavam herbicidas, uma análise da qualidade da água detectou substâncias proibidas na União Europeia, como o herbicida 2,4-D. Essas descobertas levantam sérias preocupações sobre a saúde pública.

Danilo Rheinheimer, professor da Universidade Federal de Santa Maria, afirma categoricamente que todos os rios do Brasil estão contaminados, embora o grau de contaminação varie de um local para outro. Além disso, o estudo revelou a presença de 27 tipos de agrotóxicos na água consumida em diversas cidades do país, acentuando a gravidade da situação.

Permissividade do Brasil em relação ao uso de agrotóxicos

Por outro lado, a pesquisadora Larissa Bombardi critica a permissividade do Brasil em relação ao uso de agrotóxicos. Ela compara os limites de resíduos permitidos no Brasil com os da União Europeia e sugere que essa discrepância reflete uma visão colonialista que desvaloriza a população brasileira. Embora a análise não tenha encontrado contaminação imediata do rio Tocantins após o acidente, Bombardi ressalta que a população deve permanecer em alerta.

Em outra pesquisa, Bombardi discute os impactos da utilização de agrotóxicos no Brasil, destacando que o país é significativamente mais flexível em relação a substâncias proibidas na União Europeia. A quantidade de glifosato e malationa permitida no Brasil, segundo ela, é muito superior às normas europeias, reforçando a desvalorização da população brasileira e de outros países do Sul global.

Ademais, Bombardi menciona que cinco dos dez agrotóxicos mais vendidos no Brasil são proibidos na UE. Ela critica a concentração de terras e a violência contra povos originários, que se intensificam com o uso dessas substâncias. A pesquisadora também aborda o papel das multinacionais na venda de agrotóxicos, evidenciando como isso contribui para uma nova forma de colonialismo.

Além disso, Bombardi destaca a desigualdade de gênero, ressaltando que o impacto dos agrotóxicos recai de forma mais severa sobre as mulheres, que frequentemente atuam como guardiãs de práticas agroecológicas. A pesquisa enfatiza a necessidade urgente de uma regulação internacional mais rigorosa para agrotóxicos e a responsabilização das empresas que causam contaminação. Por fim, ela conclui que a produção agrícola atual no Brasil não está voltada para a segurança alimentar, contribuindo para a fome e a insegurança alimentar no país.

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