Teoria conspiratória atribui as fortes chuvas no Rio Grande do Sul ao projeto HAARP. Será?
Teorias conspiratórias nas redes sociais
No entanto, teorias conspiratórias estão ganhando força. Uma delas, em particular, tem despontado nas buscas do Google na última semana e se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Essa teoria alega que o HAARP, um projeto científico norte-americano que estuda os fenômenos físicos nas camadas superiores da atmosfera terrestre, seria responsável pelas fortes chuvas incomuns no estado do Rio Grande do Sul.
Os teóricos da conspiração também atribuem ao HAARP a responsabilidade por outros eventos catastróficos, como o terremoto no Haiti em 2010 e os terremotos na Síria, na Turquia e uma tempestade de neve no estado americano de Iowa em 2023 e 2024.
Evidências científicas
A teoria da conspiração não apresenta evidências científicas, mas mesmo assim a teoria ganha adeptos e seguidores, nas redes sociais, que acham que o HAARP criaria descargas elétricas atmosféricas, também conhecidas como relâmpagos, que durante tempestades têm um papel importante na formação de chuvas torrenciais.
Entretanto, conforme o projeto, as antenas do HAARP têm um alcance e impacto limitados, atuando apenas em uma área específica da camada terrestre e não possuindo o poder de causar grandes mudanças climáticas, níveis de radiação ou catástrofes ambientais.
Segundo os cientistas, as ondas de rádio nas faixas de frequência transmitidas pelo HAARP não absorvem nem na troposfera, nem na estratosfera, as duas camadas da atmosfera que influenciam o clima da Terra. Portanto, o HAARP não consegue controlar o clima ou causar desastres naturais.
O que é o Projeto HAARP?
O Projeto HAARP (High-frequency Active Auroral Research Program ou Programa de Pesquisa de Aurora Ativa de Alta Frequência) é um projeto de pesquisa científica que tem como principal objetivo estudar a ionosfera, uma camada da atmosfera terrestre localizada entre 80 e 640 km acima da superfície da Terra e foi desenvolvido pela Força Aérea dos Estados Unidos e outras instituições de pesquisa.
A ionosfera desempenha um papel importante como fronteira entre a atmosfera inferior, onde vivemos, e o espaço exterior. Além disso, a ionosfera influencia as comunicações de rádio e a transmissão de sinais para sistemas como o GPS. O HAARP utiliza antenas de alta potência para excitar os átomos da ionosfera e observar os efeitos dessa excitação.