Os semáforos inteligentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo estão causando mais problemas do que soluções. Ao menos essa pode ser a conclusão, após alguma semanas das primeiras implantações.
Acompanhamos um trajeto, entre o monumento às Bandeiras, na Praça Armando de Salles Oliveira, até o final da avenida Juscelino Kubitschek. O resultado, antes e de depois: o trajeto ganhou entre 10 e 20 minutos de lentidão.
Nitidamente não há mais sincronismo entre os cruzamentos da avenida Juscelino Kubitschek. Quando abre um cruzamento da via, o cruzamento seguinte logo fecha ou já está fechado. Isso causa lentidão ao longo de todo trajeto, pois os veículos ficam represados desnecessariamente.
Como efeito, o trânsito nos túneis no sentido bairro / centro está mais lento ou congestionado do que anteriormente. Isso porque, os casos represados na avenida causam o problema de fluidez nos túneis.
Procurada via SP156, a CET ainda não se manifestou a respeito desse problema.
Tarda e, no caso, falha
Há cinco anos já deveríamos ter instalados os prometidos semáforos inteligentes. Ou seja, atrasaram e ainda não mostraram para que vieram.
De qualquer modo, cinco anos de atraso já colocam em questão se podemos considerar a tecnologia implantada como inovadora. Afinal, em se tratando de tecnologia, tudo muda rapidamente.
Por outro lado, esse “rapidamente” não está sendo percebido nesse projeto. Nem antes, nem muito menos agora que começaram a entrar em operação.
Em um projeto anterior, quando a cidade tinha em torno de 2.600 cruzamentos semaforizados, ocorreu na década de 1990. Esses, há 30 anos, também foram chamados de “inteligentes”. Funcionavam basicamente por detecção no asfalto, acionada pela passagem dos veículos.
Isso, na teoria, porque na prática esses cabos de detecção são sistematicamente rompidos por obras nas vias ou por outros problemas nas instalações. Assim, o cruzamento entra no modo de programação fixa, que nem sempre está atualizada para a real demanda da via.
Promessa dos atuais semáforos inteligentes
No caso dos atuais semáforos inteligentes, que são trinta anos mais avançados do que seus antecessores, câmeras efetuam a contagem dos veículos e transformam essas imagens em dados. Em seguida, processam esses dados e reprogramam os tempos de acordo com a demanda.