Prefeitura de São Paulo realiza serviços duplicados de pavimentação

PAVIMENTAÇÃO RECAPEAMENTO

A recuperação da pavimentação de ruas e avenidas da cidade de São Paulo está em ritmo forte. Desde junho de 2022, quando a gestão do município lançou seu programa de recapeamento, não se via tantas ruas e avenidas em obras.

Os serviços consistem, basicamente, em recuperar sarjetas danificadas ou inexistentes, a fresagem do revestimento existente para posterior aplicação de novo revestimento. Com o pavimento novo, finalizam-se os serviços com a realização da pintura do solo com a sinalização de trânsito.

Não se trata de um serviço complexo, entretanto, a quantidade de ruas e de avenidas em obras pode tornar o gerenciamento desses serviços um desafio. Por outro lado, talvez provavelmente esse “desafio” não seria motivo para alguns inusitados flagrantes. A reportagem do Metrópoles SP trouxe um desses.

Tapa-buraco antes do recapeamento

Uma ação de tapa-buraco ocorrida em avenida da Vila Mariana, zona sul da capital paulista, onde havia acabado de começar o recapeamento completo do asfalto, foi denunciada pela reportagem do Metrópoles SP.

O fato ocorreu na Avenida Prefeito Fábio Prado, entre as ruas Vergueiro e Francisco Cruz, no coração da Chácara Klabin, na Vila Mariana, onde, segundo a prefeitura de São Paulo, os serviços de tapa-buraco já estavam sendo executados quando, na ocasião, se deu inicio ao recapeamento da via.

Todavia, não se tratou de um caso isolado. O T1E1 flagrou o mesmo ocorrido nas ruas Rodrigo Vieira e Dionísio da Costa, paralelas a Fábio Prado, na mesma região. Contudo, além do tapa-buraco, cerca de 200 metros da Dionísio da Costa já haviam sido recapeados e recebido, inclusive, pintura do solo.

Benfeitor desconhecido

Nos dias 29 e 30 de setembro foi realizado serviço de fresagem e recapeamento de logradouros públicos localizados no bairro de Vila Mariana, em São Paulo.

Foram dois trechos próximos. Um deles, na extensão parcial de uma rua, em seu trecho de mão dupla, estendendo até a continuidade de uma rua sem saída, também contemplada na metade de sua extensão. O segundo trecho, uma seção de 200 metros da rua Dionísio da Costa.

Nesse segundo trecho chamou a atenção o fato de ter sido contemplada exatamente essa única seção. Ou seja, por que não outra? Por que não 100 metros mais acima ou mais abaixo? Afinal, toda a rua necessita de reparos no pavimento.

Mas, esses questionamentos até se tornam menores diante ao fato principal, a qualidade na execução dos serviços de recapeamento. Foram 200 metros de massa asfáltica espalhados manualmente, com material que aguardava para ser aplicada por mais de 5 horas, tendo sido compactado com rolo compressor inadequado para o serviço.

Com resultado, em poucos dias o trecho já apresentava imperfeições, com a capa toda desnivelada por ondulações na capa asfáltica.

Ainda assim, recebeu pintura de sinalização, inclusive o tradicional banho de tinta vermelha na ciclofaixa.

Abaixo, video com o flagrante da realização desse recapeamento.

Na ocasião, a Prefeitura de São Paulo foi questionada a respeito de quem teria efetuado esse serviço e sob quais condições de fiscalização estaria suscetível. Por enquanto, a sua resposta foi a seguinte.

Prezado requerente, A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) reitera que os serviços de “fresagem e recapeamento de logradouros públicos citados não foram realizados por este CONSEMAVI – Núcleo de Conservação e Manutenção da Malha Viária. Cabe esclarecer que, está em execução o serviço de recape no trecho próximos, que não são esses. O programa conta com uso de alta tecnologia no diagnóstico das condições das vias, soluções de recomposição do pavimento de acordo com a patologia apresentada e recuperação da malha viária com asfalto de qualidade superior como o SMA (Stone Matrix Asphalt, composto por polímero e fibra). As vias elencadas no programa estão presentes nas 32 Subprefeituras da capital e são eleitas com o uso de critérios técnicos: vias coletoras ou arteriais, volume de tráfego e a deterioração do pavimento existente, demanda de transporte coletivo sobre pneus.

Ou seja, além de aproveitar para realizar propaganda de seu programa de recuperação da pavimentação, a única explicação até o momento é que não teria sido a prefeitura a responsável pela realização desse serviço. Resta, portanto, necessário descobrir o seu benfeitor a desperdiçar dinheiro público.

Trecho ciclofaixa recém-asfaltado e sinalizado

Na madrugada desse sábado, dia 4, o trecho que havia recebido asfalto e pintura há 1 mês, foi todo fresado para ser novamente recapeado. Dias antes, a lateral foi demolida para ser construída a sarjeta inexistente no local.

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