Preço do arroz continua subindo devido restrições e clima seco na Ásia

© Getty Images / Eskay Lim / EyeEm
Os preços do arroz atingiram seus níveis mais altos em mais de uma década, isso em meio as crescentes preocupações com a oferta global, depois que o maior exportador, a Índia, restringiu as exportações.
A Índia exporta arroz para mais de 150 países.
Além disso, a Tailândia, o segundo maior exportador mundial, registrou clima seco, fazendo com que o mercado global de alimentos se complicasse ainda mais.
O governo indiano explicou a medida como uma tentativa de acalmar os preços domésticos do arroz, que subiram mais de 30% desde outubro de 2022.
Lembrando que em setembro de 2022, a Índia já havia restringido a exportação de arroz, e em abril de 2023 já havia escassez de arroz no mercado global.
Inflação nos mercados globais de alimentos
No entanto, a proibição gerou preocupações de mais inflação nos mercados globais de alimentos, já que o arroz é vital para a dieta de bilhões de pessoas na Ásia e na África.
A mais recente ameaça ao abastecimento de arroz vem da Tailândia, o segundo maior exportador mundial, onde as autoridades incentivam os agricultores a mudar para culturas que precisam de menos água, já que o país se prepara para condições mais secas com o início do El Nino.
Clima seco
O padrão climático cíclico tende a trazer chuvas reduzidas para o Sudeste Asiático e outras áreas, com impacto negativo nas lavouras.
Um El Nino anterior durante o ano-safra de 2015/16 reduziu a área cultivada de arroz da Tailândia e cortou a produção de arroz ano a ano em 16%, mostram os dados.
O total de chuvas este ano nas regiões produtoras de arroz do país está 23% abaixo dos níveis do ano passado, embora ainda esteja próximo da média de 10 anos.
Nos primeiros sete meses deste ano, a Tailândia embarcou 4,8 milhões de toneladas da safra, com exportações mensais de 700 mil a 800 mil toneladas, segundo a Associação Tailandesa de Exportadores de Arroz.
A Associação informou que as exportações de arroz do ano passado foram de 7,71 milhões de toneladas.
“O mercado mundial está muito turbulento devido à especulação em todos os mercados, afetando países que não têm estoques em mãos”, declarou a Associação em entrevista coletiva na semana passada, conforme citado pela Reuters.