Ponte no MS deve reduzir a distância entre os oceanos Pacífico e Atlântico

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PONTE BIOCEANICA

No extremo sul do Pantanal, entre Brasil e Paraguai, quatro países estão construindo o projeto da ponte Bioceânica. O objetivo é reduzir a distância até o mercado asiático pelo oceano Pacífico. A ponte, com 1.294 metros de extensão e um orçamento de US$ 78,9 milhões, simboliza as obras da Rota Bioceânica, cuja conclusão está prevista para 2026.

Desafios para a Conclusão

Após finalizar a estrutura, a urgência se concentra na contratação ou realocação de pessoal. É fundamental garantir profissionais suficientes para os centros aduaneiros e reforçar a segurança na fronteira. Entretanto, sem essa mão de obra, a operação eficiente da ponte poderá ser comprometida.

Conexão entre os Oceanos

A Rota de Integração Latino-Americana, ou Rota Bioceânica, conecta o oceano Atlântico, através do porto de Santos, ao Pacífico, por meio dos portos chilenos de Antofagasta e Iquique. Esse caminho inclui estradas do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, e depende da ponte para a integração completa sobre o rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta. Atualmente, esse trecho é feito por balsa.

Redução de Custos e Tempo

Hoje, os navios com destino à Ásia ou Oceania partem do Porto de Santos, contornando o continente africano ou desviando pelo Canal do Panamá. Isso eleva os custos de frete e provoca atrasos devido às condições climáticas. Com a Rota Bioceânica, a meta é reduzir o trajeto em até 7 mil quilômetros ou 20 dias no transporte entre o Brasil e a Ásia.

Execução da Obra

O governo emitiu a ordem de serviço para a ponte em 13 de dezembro de 2021. O Consórcio Pybra, composto pela empresa paraguaia Tecnoedil SA e as brasileiras Paulitec e Construtora Cidade, executa a obra sob a gestão do Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai. Até agora, a equipe concluiu 63% da obra, segundo Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul.

Estrutura da Ponte

A ponte terá três trechos: dois viadutos de acesso e a parte estaiada, que se estenderá por 632 metros sobre o rio, com um vão livre de 350 metros. Entretanto, o governo prevê concluir a obra no primeiro trimestre de 2026. Verruck afirmou não haver planos de concessão à iniciativa privada, e o governo paraguaio administrará a ponte. Recentemente, os países decidiram integrar a alfândega, facilitando o desembaraço aduaneiro, que ocorrerá apenas no lado brasileiro.

Melhorias nas Estradas

Além da ponte, as estradas necessitarão de novos trechos. A Itaipu Binacional informa que o percurso de Campo Grande até o porto de Antofagasta é de 2.220 km, e será necessário abrir ou adequar algumas estradas para a Rota Bioceânica. Contudo, os governos dos países estão investindo para as estradas suportarem a demanda futura.

Em setembro, o governo brasileiro iniciou a obra na BR-267, que terá 13,1 quilômetros de acesso até a ponte, além da construção de um centro aduaneiro compartilhado. Estão previstos gastos de R$ 472,4 milhões em recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A recuperação de 104 quilômetros de outro trecho da BR-267, entre Porto Murtinho e Alto Caracol, também começou, com um investimento de R$ 239,2 milhões pelo Novo PAC.

Pavimentação no Paraguai

No lado paraguaio, é necessário garantir a pavimentação de todas as estradas até a Argentina, com trechos em construção ou em fase de licitação sob responsabilidade do governo paraguaio. Todas as obras de pavimentação, restauração das rodovias e construção dos centros aduaneiros devem ser concluídas até o final de 2026.

Acompanhamento do Projeto

Dorival Oliveira, gerente e assessor da SetLog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), acompanha as discussões sobre o projeto desde 2000, quando presidentes da América do Sul lançaram o plano para estabelecer uma rota entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Ele destaca que a infraestrutura deve estar pronta até o final do próximo ano, dependendo apenas do controle de fronteira. Oliveira menciona, porém, que a mobilização das equipes da Receita Federal, Ministério da Agricultura e Pecuária, Anvisa, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal não foi adequada.

Compromisso do Governo

O Ministério do Planejamento, que lidera o projeto, afirma que está em contato com representantes da Receita Federal e da Polícia Federal. Segundo a pasta, as questões de segurança serão devidamente tratadas, garantindo a eficácia do projeto.

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