Paralisação promovida, inicialmente, pelos caminhoneiros, se espalha, envolvendo mais pessoas e mais pontos de bloqueios surgem com o tempo.
Os movimentos começaram ontem, dia 31, e foram ganhando força e representatividade ao longo do dia.
Nesta madrugada já eram computados bloqueios em rodovias de todos os estados e no distrito federal.
Não apenas caminhoneiros. Demais cidadãos começaram a se deslocar para os pontos de bloqueios e a participarem das manifestações.
Tudo ocorre de modo ordenado e pacífico, contudo, sem nenhuma liderença ou comando.
Primavera brasileira
O fenômeno já se compara à primavera árabe, uma série de manifestações que ocorreram em dezembro de 2010 no oriente médio e no norte da África.
A onda foi deflagrada no Brasil devido ao resultado nas eleições para presidente do país, ocorrida no dia 30.
Os manifestantes não aceitam o fato do candidato eleito vir a assumir a presidência do país e buscam “salvar o Brasil”.
De fato, não faltam alegações para sustentar tamanha manifestação. Alguma, explícitas.
Por exemplo, o Hamas, grupo terrorista islamista palestino da Faixa de Gaza, parabenizou o candidato por sua vitória.
Os ditadores da Venezuela e da Nicarágua, que o chamou de “irmão e companheiro”, seguiram essa mesma linha.
Já o presidente da Argentina, país que enfrenta uma grave crise econômica, assolado pelo governo de esquerda, veio pessoalmente parabenizar o candidato.
Por fim, há ainda o histórico de envolvimento do candidato eleito com crimes de assassinato e de corrupação, sobre o qual já esteve preso entre abril de 2018 e novembro de 2019.
Paralisação em “cascata”
Caso o movimento se prorrogue certamente a paralisação afetar o abastecimento do país.
Um usuário do Google criou e compartilhou mapa que atualiza e informa os pontos de bloqueios nas rodovias.
Igualmente, há concentrações em frente aos quartéis do exército em grande parte das capitais e em outras cidades do país.
Mensagens nas redes sociais convidam a todos que puderem que saiam nas ruas hoje e especialmente amanhã, dia 2 de novembro, data de feriado nacional.
Ainda sem previsão de término
A paralisação fez com que o Supremo Tribunal Federal (STF) se reunisse nessa madrugada, em convocação extraordinária, para decidir sobre medidas a serem tomadas para o encerramento das manifestações.
Assim, ficou decidido que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deverá intervir para desbloquear as rodovias.
Entretanto, há uma série de relatos que a movimentação da PRF tem sido contrária, levando apoio e segurança aos manifestantes.
Ademais, esse mesmo apoio tem ocorrido nas rodovias estaduais, aonde a atuação cabe aos policiais de cada estado.