O que é o Novo Tratado START Rússia-EUA

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O Novo Tratado START Rússia-EUA é a última relíquia sobrevivente do esforço dos EUA e da URSS para evitar a aniquilação nuclear, aceitando restrições em seus arsenais e construindo confiança mútua.

A Rússia está suspendendo a participação em um tratado de redução de armas nucleares com os EUA, anunciou o presidente Vladimir Putin na terça-feira. 

Citando o fracasso de Washington em manter sua parte no acordo e seu envolvimento crescente no conflito na Ucrânia.

Legado da Guerra Fria

START significa “Tratado de Redução de Armas Estratégicas” e foi originalmente o nome de um documento assinado pelo presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, e pelo líder soviético, Mikhail Gorbachev, em 1991.

O Tratado fazia parte de um esforço de décadas das duas superpotências para impor limites ao número de armas nucleares estratégicas em sua posse de uma forma que não desse vantagem a nenhum dos lados.

Entretanto, o mesmo processo produziu o Tratado de Mísseis Antibalísticos (ABM) de 1972, que protegeu as capacidades de dissuasão ao restringir o uso de interceptadores de mísseis, e o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987, que proibiu mísseis de curto alcance com capacidade nuclear para reduzir as tensões na Europa.

O Novo START, o mais recente sucessor do acordo de limite nuclear, assinado durante o governo de Barack Obama em 2010.

Confie mas verifique

O tratado limita os dispositivos nucleares e os meios de sua entrega, incluindo ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais), SLBMs (mísseis balísticos lançados de submarinos) e bombardeiros de longo alcance, que as partes podem ter e implantar. 

Apesar disso, os tetos ainda são altos o suficiente para manter os EUA e a Rússia como as maiores potências nucleares do mundo.

O tratado também dá às partes o privilégio de inspecionar as instalações militares uma da outra para verificar o cumprimento.

Segurança deteriorada

Muito do que a URSS e os EUA criaram em nome da estabilidade estratégica já foi erradicado.

Pois, o presidente dos EUA, George W. Bush, retirou seu país do Tratado ABM, alegando que os EUA tinham que defender a si mesmos e à Europa de “estados párias”. Irã e Coreia do Norte. 

Aos olhos de Moscou, os locais de lançamento de interceptadores que os EUA posteriormente construíram na Europa Oriental são uma grande ameaça, uma vez que poderiam ser usados ​​para disparar mísseis de cruzeiro contra a Rússia.

O Tratado INF foi descartado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que alegou que a Rússia estava em violação e que restringia o Pentágono em seu confronto com a China. 

Trump também acabou com o acordo Open Skies, que permitia aos estados-membros, incluindo os EUA e a Rússia, realizar inspeções de viadutos para monitorar desdobramentos militares.

Entretanto, a administração Trump pretendia deixar o Novo START expirar, mas a vitória eleitoral de Joe Biden permitiu que ele o renovasse até 2026.
Porém, outro acordo militar importante envolvendo os EUA e a Rússia, o Tratado de 1990 sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE) foi de fato encerrado em A iniciativa de Moscou, depois que suspendeu a participação em 2007.

O governo russo citou a expansão da OTAN na Europa como quebrando o espírito do acordo.

Inspeções e acusações

Em meio ao conflito na Ucrânia, os EUA e a Rússia acusaram-se mutuamente de não facilitar as inspeções sob o Novo START. 

A OTAN entrou na onda de Washington no início deste mês com uma declaração formal condenando Moscou por supostas violações.

Ao anunciar a decisão de suspender formalmente a participação, Putin acusou a OTAN de ajudar a Ucrânia a lançar ataques de drones contra aeródromos russos onde estão baseados os bombardeiros de longo alcance. 

Com Washington perseguindo uma “derrota estratégica” da Rússia, não fazia sentido manter o acordo, afirmou.
O líder russo acrescentou que os arsenais do Reino Unido e da França precisariam ser contabilizados em qualquer futuro acordo sobre redução nuclear.

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