
A dívida global são empréstimos de governos, empresas e famílias.
No primeiro trimestre de 2023, a dívida global superou o valor recorde de US$ 305 trilhões, conforme relatório da ONU.
Este número é cinco vezes maior do que há 20 anos.
Os países em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, devem quase 30% da dívida, enquanto países mais desenvolvidos são responsáveis por 60% do total.
Covid e conflito
O COVID-19 e mais o conflito na Ucrânia aumentariam ainda mais a dívida global.
Os países e as famílias de baixa renda são os que mais sofrem com os altos níveis de endividamento, pois muitas famílias ficaram sem renda e não possuíam nenhum tipo de poupança ou rendimentos extras para passar pelo “fique em casa” da pandemia de Covid.
Muitas destas famílias entraram para o Mapa da fome divulgado nesta semana pela ONU, OMS e UNICEF.
Atualmente 735 milhões de pessoas no mundo passam fome.
Economias emergentes
As economias emergentes e em desenvolvimento foram as mais atingidas por crises de dívida anteriores, mostra uma pesquisa do Banco Mundial.
Para cumprir o pagamento da dívida, os países terão de reduzir gastos com saúde, educação e proteção social, estima o FMI.
Se os países não pagarem suas dívidas, isso pode causar pânico nos mercados financeiros e desacelerações econômicas.
Para as empresas, cumprir os pagamentos de altos níveis de dívida pode significar menos dinheiro disponível para investir em empregos e expansão.
A insolvência também é um risco para as empresas que não conseguem pagar seus empréstimos.
Para as famílias, altos níveis de endividamento podem forçá-las a cortar algumas áreas de gastos, como alimentação ou combustível. As famílias de baixa renda estão em maior risco, diz o FMI.
Endividamento e recessão
“Quando os países de baixa renda se endividam, isso está associado a recessões prolongadas, alta da inflação e menos recursos indo para setores essenciais como saúde, educação e redes de segurança social, com um impacto desproporcional sobre os pobres”, diz o Banco Mundial.
O superendividamento ocorre quando um país é incapaz de cumprir suas obrigações financeiras, como o pagamento de sua dívida.
O FMI e o Banco Mundial acreditam que 60% dos países de baixa renda estão neste ponto ou perto dele.
Inflação e juros altos
À medida que os preços dos alimentos e dos combustíveis disparam, os governos podem precisar conceder mais auxílios às famílias necessitadas para a cobrir os custos, principalmente em países de baixa renda, diz o FMI.
O aumento dos preços significa que a inflação está aumentando, sendo assim os bancos centrais estão aumentando as taxas de juros para tentar conter isso.
O aumento das taxas de juros, por sua vez, significa pagamentos de empréstimos mais altos.
Os governos, famílias e empresas mais endividados serão os mais atingidos por aumentos significativos nas taxas de juros, portanto, os países devem ter cuidado para encontrar o “equilíbrio certo”, alerta o FMI.