Sanções da Europa à Rússia provocam mudanças nos mercados globais de energia

PETRÓLEO RUSSO

As sanções da Europa à Rússia aos recursos energéticos russos, estão provocando uma mudança nos fluxos globais de petróleo e gás, informou o WSJ.

Isso interrompeu os laços econômicos de longa data em todo o mundo.

Sendo assim, o petróleo russo está sendo direcionado para a Ásia, África e América Latina, enquanto os fornecedores do Oriente Médio estão aumentando as vendas para a UE, informou o jornal.

Como parte de um sexto pacote de sanções relacionadas à Ucrânia impostas a Moscou, em 5 de dezembro entrou em vigor o embargo da UE ao petróleo bruto russo transportado por via marítima.

Do mesmo modo, foi imposto um teto de preço de US$ 60 para as exportações de petróleo.  

Proibição das importações

A proibição das importações da UE de produtos petrolíferos, como diesel e querosene originários da Rússia, entrará em vigor em 5 de fevereiro.

As restrições levaram a Rússia, que já foi o maior fornecedor da Europa, a redirecionar suas exportações de energia para a Índia e a China, que aproveitam os preços oferecidos.

Desde o final de novembro, a Rússia tem vendido seu principal petróleo dos Urais por US$ 17 a menos do que o limite, segundo a Agência Internacional de Energia.

“Mesmo que os preços subam para US$ 100 o barril, a China e a Índia podem continuar comprando petróleo russo se tiverem acesso a seu próprio seguro”, disse a empresa de consultoria de petróleo Energy Aspects.

Entregas para a China e Índia

A Rússia aumentou as entregas de petróleo para a China em 17% em novembro, em relação ao ano anterior, para 7,81 milhões de toneladas, ultrapassando a Arábia Saudita como o principal fornecedor do país.

Os embarques de Moscou para a Índia subiram para 1,4 milhão de barris por dia em novembro, em comparação com apenas 36.000 barris por dia no ano anterior, conforme o provedor de dados de commodities Kpler. 

As refinarias indianas estão lucrando com a venda de produtos derivados do petróleo russo processado para a Europa, desfrutando de uma isenção permitida pelo programa de sanções do bloco.

Os produtos petrolíferos russos também foram redirecionados para os mercados da África e da América Latina, segundo o vice-primeiro-ministro russo.

Enquanto isso, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e outros grandes exportadores de energia do Oriente Médio desviaram seu foco dos mercados tradicionais da Ásia.

Como resultado, estão colhendo os benefícios da disparada dos preços dos combustíveis fósseis na Europa.

A Arábia Saudita foi o país que mais cresceu entre os fornecedores de petróleo da UE no terceiro trimestre.

Contudo, obteve uma participação de mercado de 9,1% nas importações do bloco do combustível, ante uma média de 5,1% no ano passado, segundo a Eurostat.

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