Moscou emite alerta sobre mísseis de longo alcance para o Ocidente. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, reagiu a uma possível mudança na “essência do conflito”.
Moscou emitiu um severo aviso aos Estados Unidos e seus aliados, afirmando que qualquer uso de mísseis de longo alcance por Kiev para atingir profundamente o território russo significaria a “participação direta” das potências ocidentais no conflito.
A declaração do Ministério das Relações Exteriores da Rússia na noite de segunda-feira ocorreu em meio a relatos não confirmados que o presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou Kiev a usar mísseis ATACMS fornecidos pelos EUA para atingir locais nas fronteiras de Moscou pré-2014.
Maria Zakharova, porta-voz do ministério, disse que qualquer medida desse tipo “mudaria radicalmente a essência e a natureza do conflito”.
No domingo, o New York Times relatou que o presidente dos EUA, Joe Biden, havia dado permissão à Ucrânia para usar mísseis ATACMS contra território russo. No entanto, a Casa Branca não fez nenhuma declaração oficial.
Quando questionada sobre os relatórios na segunda-feira, Zakharova observou que eles não foram confirmados por Washington.
Zakharova enfatizou ainda: “O uso de mísseis de longo alcance por Kiev para atacar nosso território significará a participação direta dos Estados Unidos e seus satélites em hostilidades contra a Rússia. Neste caso, a resposta da Rússia será adequada e tangível.”
Os comentários de Zakharova seguem uma reportagem do The New York Times no domingo que sugeriu que Biden havia dado sinal verde para a Ucrânia usar mísseis de longo alcance para atingir forças russas que defendiam a região de Kursk, supostamente ao lado de tropas norte-coreanas.
Nem a Rússia, nem a Coreia do Norte, confirmaram ou negaram a mobilização relatada.
Embora a Casa Branca não tenha feito nenhuma declaração oficial sobre o assunto, a própria possibilidade de tal mudança de política provocou uma forte reação de Moscou.
O Ministério das Relações Exteriores reiterou os avisos anteriores do presidente Vladimir Putin sobre as nações ocidentais potencialmente fornecerem armas de longo alcance à Ucrânia. Em setembro, Putin declarou que qualquer movimento para armar Kiev com tais capacidades forçaria Moscou a tomar “decisões apropriadas com base nas ameaças apresentadas a nós”.
Ele sugeriu que tais ações representariam uma mudança na questão de se “os países da OTAN estão diretamente envolvidos no conflito militar”.
Zakharova ressaltou a gravidade da potencial escalada, alertando que Moscou não ficaria de braços cruzados: “Neste caso, a resposta da Rússia será adequada e tangível”.
O Kremlin tem consistentemente enquadrado a ajuda militar ocidental à Ucrânia como uma ameaça à sua segurança nacional, e os comentários de Zakharova enfatizam ainda mais a posição de Moscou sobre armamento de longo alcance. A situação continua tensa, com alguns líderes ocidentais admitindo abertamente preocupações sobre novas escaladas e o potencial de confronto direto entre a OTAN e a Rússia.
Em meio a tensões crescentes, Moscou também notou incerteza quanto à veracidade das mudanças na política dos EUA. “Ainda não se sabe se essas alegações são baseadas em fontes oficiais”, delineou uma declaração.
Fonte: RT