Máscaras faciais ainda são obrigatórias em algumas situações e regiões.
No estado de São Paulo, por exemplo, são exigidas na utilização do transporte público. O mesmo ocorre nos voos nacionais.
Talvez provavelmente sequer deveriam ter um dia sido exigidas, sob alegação de oferecerem proteção ao vírus covid-19.
Com a proximidade do carnaval, o assunto tem sido ainda mais questionado.
Pois, é fato, nunca houve estudo que comprovasse sua eficácia nesse propósito.
Evidências mais recentes
Foi nessa semana que o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ofício que trata de alertar sobre a ineficácia do uso de máscaras na prevenção da covid-19.
Assinado pelo presidente do CFM, o documento é embasado pela análise de dezenas de publicações científicas sobre o tema.
Ainda que conte com essa abrangência, o CFM destacou para sua conclusão o estudo publicado pelo Cochrane Library, referência no campo da medicina.
Esse estudo conclui não haver evidência científica que relacione o uso de máscaras com aumento ou diminuição da transmissão de doenças pelo ar.
Posicionamento do CDC americano
Nessa mesma semana o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), ou Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), também pronunciu-se sobre o assunto.
Inicialmente, o CDC alegou que as máscaras faciais não eram necessárias.
Entretanto, em abril de 2020, houve uma mudança radical de posicionamento. Assim, pediu a todos os americanos com mais de 2 anos que utilizassem máscaras.
Esse novo posicionamento foi ainda mais enfatizado após declaração do então diretor do CDC, Dr. Robert Redfield, em uma audiência no Senado.
Assim, disse que “as máscaras faciais são a ferramenta de saúde poderosa mais importante que temos”, sugerindo até mesmo que elas podem oferecer mais proteção do que as vacinas.
Pesquisa causa reviravolta
Uma nova pesquisa científica sugere que a adoção generalizada de máscaras pode ter feito pouco ou nada para conter a transmissão do COVID-19.
Essa pesquisa, de nome traduzido “Intervenções físicas para interromper ou reduzir a propagação de vírus respiratórios”, contou com 12 pesquisadores de universidades conceituadas de todo o mundo.
Trata-se da mesma pesquisa citada pela CFM brasileiro, como mencionado aqui anteriormente.
Ao comparar o uso de máscaras médicas/cirúrgicas com o uso sem máscaras, a revisão descobriu que “usar uma máscara pode fazer pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas contraíram uma doença semelhante à gripe/doença semelhante à COVID (nove estudos; 276.917 pessoas) ; e provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas têm gripe/COVID confirmada por um teste de laboratório (seis estudos; 13.919 pessoas).”
Em seguida, a revisão comparou máscaras médicas/cirúrgicas com respiradores N95 (ou respiradores P2, usados na Europa).
Ele descobriu que “usar respiradores N95/P2 provavelmente faz pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas têm gripe confirmada (cinco estudos; 8.407 pessoas); e pode fazer pouca ou nenhuma diferença em quantas pessoas contraem uma doença semelhante à gripe (cinco estudos ; 8.407 pessoas) ou doença respiratória (três estudos; 7.799 pessoas).”
Os 78 estudos analisaram participantes de países de todos os níveis de renda.
Nos EUA já caíram
No momento, nenhum estado dos EUA possui obrigatoriedade de máscara em vigor.
No último domingo, Nova York retirou sua exigência de máscara em todo o estado. Em hospitais, a decisão ficou a cargo de cada instituição, sendo que muitos desses estabelecimentos ainda exigem.
Aqui, será que cairão com o carnaval?