Lula da Silva subiu a rampa, e agora?

LULA DA SILVA

Lula da Silva torna-se o 39.º presidente do Brasil, desde 1 de janeiro de 2023.

Similarmente a Getúlio Vargas, ocupa seu terceiro período de mandato.

Enquanto, contudo, tenha sido eleito diretamente para os três mandatos, Getúlio Vargas teve o seu primeiro por meio de uma revolução.

Em seguida, se manteve no poder após um golpe, marcando o início do Estado Novo, em 1937.

Somente o seu terceiro mandato foi garantido por meio de eleição direta, terminado com o seu suicídio.

Foi a partir de Getúlio Vargas, em seu terceiro mandato, a figuração do populismo em torno da personalidade do presidente da república, na qual foi nomeado com ‘pai dos pobres’.

Esse mesmo tipo de populismo cercou o passado do atual presidente do Brasil, em especial por sua origem humilde e fortemente ligada aos trabalhadores da região do ABC (Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul).

Todavia, sua ligação com crimes de corrupção, os quais levaram a sua prisão em 2018, ofuscaram esse populismo.

Tendo a prisão durado um pouco mais de 1 ano e meio, tanto sua liberação como a candidatura e a eleição estiveram acompanhadas de denúncias sobre influências e até fraude eleitoral.

Populismo por todos os lados

Talvez provavelmente Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do Brasil e candidato à releição em que fora derrotado por Lula da Silva, inaugurou uma fase no populismo político.

A começar pelo jargão que empregou desde a primeira campanha, ‘Brasil acima de tudo, Deus acima de todos’.

Sobretudo, aclamado como ‘mito’, figurou como resposta a tudo que Lula da Silva viesse representar. Socialismo e, principalmente, corrupção.

Entretanto, sob uma onda de populismo que pudesse cegar, não viu a possibilidade de que seu adversário o venceria.

Assim, o populismo que um dia talvez tenha auxiliado, desta vez, pode ter atrapalhado.

Inexpressivo e preocupante

O apoio popular não causa maiores vantagens, pelo contrário. O que as últimas eleições provaram é que o populismo não elege.

Da mesma forma, o populismo não governa.

Contudo, a falta de apoio popular, ou melhor, o apoio com certo ceticismo, leva a uma linha de governo complexa.

A preocupação paira no sentido de as tolerâncias para falhas serem mínimas, ou sequer inexistentes.

Assim, impossível até falar sobre aumento de impostos ou de flexibilização do controle de gastos.

O governo atual falou, durante o período de transição e, ontem, no discurso da posse.

Como resultado, sempre, dólar sobe e bolsa de valores cai, drasticamente.

Posse ofuscada

Se há algum apoio popular, esse não é incondicional e está muito longe de ser populista, como um dia já foi.

A prova disso está na cerimônia da posse presidencial.

Primeiramente, a considerar pela ínfima presença popular, menor que 10% do público total esperado.

Por certo, o desinteresse da mídia em geral, tanto a local como a estrangeira, marca uma cerimônia que parece sequer aconteceu.

Qual o rumo tomar

Não parece haver preocupação por parte de Lula da Silva sobre o prejuízo que suas medidas possam causar.

Por mais que tenha recuado no fim da desoneração federal sobre os combustíveis, nada impede que passados um ou dois meses os impostos retornem.

Assim também, não perdeu um dia sequer e logo retirou oito estatais que se encontravam no plano de privatização.

  • Petrobras;
  • Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA);
  • Correios;
  • Empresa Brasil de Comunicação (EBC);
  • Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev)
  • Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep)
  • Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)
  • Armazéns e os imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Nessa mesma linha, outras medidas ditas como retrocessos são executadas, como por exemplo a medida que reduzia em 50% as alíquotas dos impostos sobre serviços PIS/Pasep e o Cofins.

Pessimismo

Por fim, ainda não estamos próximos do nível de pessimismo comparado ao da hiena Hardy Har Har, do clássico desenho da década de 1960, dos estúdios de Hanna-Barbera.

Entretanto, não estamos longe de soltar uma das célebres frases do personagem, “Eu sei que isso não vai dar certo…”.

O que esperamos, na verdade, é que igualmente não digamos, “Eu sabia!”.

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