
Javier Milei, presidente da Argentina, foi alvo de uma agressão em público, um incidente que chocou a nação e levantou questões sobre a segurança de figuras políticas em meio a um cenário de crescente polarização. O episódio, ocorrido durante uma caravana eleitoral em Lomas de Zamora, na província de Buenos Aires, forçou o mandatário a ser retirado às pressas do local, em cenas de tensão que rapidamente se espalharam pelas redes sociais e veículos de comunicação.
O contexto do incidente
O ataque ocorreu em 27 de agosto de 2025, em Lomas de Zamora, um distrito na província de Buenos Aires. Javier Milei participava de uma caravana eleitoral de seu partido, La Libertad Avanza, em preparação para as próximas eleições legislativas, agendadas para 7 de setembro. A caravana, que inicialmente transcorria em um clima de tranquilidade e euforia entre os apoiadores, transformou-se em caos quando manifestantes começaram a atirar pedras e garrafas contra o veículo no qual o presidente se deslocava.
O incidente se deu em um momento de alta tensão política na Argentina. O governo de Milei tem enfrentado forte oposição devido às suas políticas de austeridade e reformas econômicas. Além disso, o ataque ocorreu no mesmo dia em que Milei se pronunciou sobre denúncias de supostas propinas na Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), o que adiciona uma camada de complexidade ao cenário político.
As motivações das agressões e a atividade presidencial
Javier Milei estava em Lomas de Zamora para um ato de campanha, buscando consolidar o apoio de seu partido no conurbano bonaerense. Ele estava acompanhado de sua irmã, Karina Milei, e do deputado nacional José Luis Espert. A comitiva presidencial se deslocava em uma caminhonete branca, saudando os simpatizantes, quando a agressão começou.
Segundo José Luis Espert, que estava na comitiva, as agressões foram perpetradas por militantes ligados ao kirchnerismo, acusando diretamente o prefeito de Lomas de Zamora, Federico Otermín, pelo ocorrido. Espert descreveu a violência como um ato de “kirchnerismo em estado puro”, afirmando que pedras e garrafas foram arremessadas contra o veículo presidencial, ferindo levemente uma fotógrafa na cintura.
O próprio presidente Javier Milei, após ser retirado do local, utilizou suas redes sociais para comentar o incidente, atribuindo a agressão aos “kukas” (termo pejorativo para kirchneristas), que, segundo ele, “atiraram pedras por falta de ideias, recorreram outra vez à violência”. O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, também reforçou essa narrativa, classificando o ataque como um “modelo de violência que só querem os cavernícolas do passado”.
Repercussões e implicações
A agressão a Javier Milei gerou uma onda de condenação e preocupação na Argentina. O incidente ressalta a escalada da tensão política no país, onde o debate ideológico muitas vezes transborda para atos de violência. A rápida retirada do presidente e sua comitiva demonstra a gravidade da situação e a necessidade de reforçar a segurança em eventos públicos.
O governo de Milei, por sua vez, utilizou o episódio para reforçar sua narrativa de que a oposição, em particular o kirchnerismo, recorre à violência e à desestabilização. Este incidente, portanto, demonstra um elemento na disputa política e narrativa da atual gestão argentina. A investigação sobre o ocorrido está em andamento, e as autoridades buscam identificar e responsabilizar os envolvidos nessa agressão.