Hidrelétrica anunciada na China será a maior do mundo

HIDRELÉTRICA

Hidrelétrica chinesa no rio Yarlung Zangbo será três vezes maior que Três Gargantas. O primeiro-ministro Li Qiang anunciou oficialmente o início das obras no último sábado. O megaprojeto custará US$ 170 bilhões e transformará o cenário energético global.

A nova hidrelétrica representa o maior empreendimento do setor desde a construção de Três Gargantas. Localizada no Planalto Tibetano, a obra promete gerar 300 bilhões de quilowatts-hora anualmente. Este volume equivale ao consumo total de eletricidade do Reino Unido em 2024.

O complexo será formado por cinco usinas em cascata ao longo de 50 quilômetros. O rio Yarlung Zangbo despenca 2.000 metros neste trecho, oferecendo imenso potencial energético. A construção aproveitará esta característica geográfica única para maximizar a geração de energia.

Mercados reagem positivamente ao anúncio da hidrelétrica

Os mercados financeiros celebraram o anúncio da hidrelétrica com alta generalizada. As ações de empresas de construção subiram até 10% na bolsa chinesa. O minério de ferro registrou valorização de 2,81% em Cingapura, atingindo US$ 103,60 por tonelada.

A Power Construction Corporation of China liderou os ganhos no setor. A Arcplus Group também alcançou o limite diário de alta. Empresas de equipamentos para túneis, como a Hunan Wuxin, subiram 30% em um único dia.

Wang Zhuo, da Shanghai Zhuozhu Investment Management, destaca que projetos hidrelétricos oferecem retornos estáveis. Contudo, ele alerta para possível especulação excessiva no setor. A demanda por materiais de construção deve impulsionar cimento e explosivos civis.

Impactos ambientais geram preocupação regional

A hidrelétrica desperta preocupações em países vizinhos, especialmente Índia e Bangladesh. Milhões de pessoas dependem do rio Yarlung Zangbo para sobrevivência. O curso d’água é conhecido como Brahmaputra nos territórios indianos.

Organizações ambientais alertam para riscos ecológicos no Planalto Tibetano. A região abriga uma das biodiversidades mais ricas do planeta. Pequim assegura que o projeto não afetará o abastecimento de água rio abaixo.

O governo chinês promete atenção especial à conservação ecológica. Li Qiang classificou a hidrelétrica como “projeto do século” durante o lançamento. As operações devem começar na década de 2030, segundo cronograma oficial.

Estímulo econômico em momento estratégico

A hidrelétrica marca importante impulso no investimento público chinês. O projeto surge quando estímulos anteriores mostravam sinais de enfraquecimento. O grupo estatal China Yajiang assumiu a responsabilidade pela execução das obras.

Analistas do Citi estimam investimento anual de US$ 16,7 bilhões durante dez anos. Os benefícios econômicos podem superar estas projeções iniciais. A China não divulgou estimativas sobre geração de empregos diretos.

A construção de Três Gargantas criou quase um milhão de postos de trabalho. Porém, também deslocou número similar de pessoas de suas residências. A nova hidrelétrica enfrentará desafios sociais e ambientais semelhantes.

Comparação com outras grandes hidrelétricas mundiais

A hidrelétrica chinesa superará todos os projetos existentes em capacidade de geração. Três Gargantas, atual recordista, produz 88 bilhões de quilowatts-hora anuais. A nova usina gerará mais que o triplo desta quantidade.

Itaipu, na fronteira Brasil-Paraguai, possui capacidade de 14 gigawatts instalados. A hidrelétrica do Tibete terá 60 gigawatts de potência total. Esta diferença demonstra a magnitude do empreendimento chinês.

A usina Fengning, maior do mundo em armazenamento bombeado, opera com 3,6 gigawatts. Localizada em Hebei, ela economiza 480 mil toneladas de carvão anualmente. A nova hidrelétrica promete impacto ambiental ainda maior.

Tecnologia e inovação no projeto

A hidrelétrica incorporará as mais avançadas tecnologias de engenharia hidráulica. O sistema de cascata otimizará o aproveitamento do desnível natural do rio. Cada uma das cinco usinas terá características específicas adaptadas ao terreno.

A construção exigirá equipamentos especializados para trabalhar em alta altitude. O Planalto Tibetano apresenta condições climáticas extremas durante o ano. As empresas envolvidas desenvolveram soluções técnicas inovadoras para estes desafios.

O projeto utilizará materiais resistentes às variações térmicas da região. A logística de transporte também demandará planejamento especial. Estradas e pontes precisarão ser construídas para viabilizar o acesso aos canteiros.

Cronograma e próximas etapas

As obras preliminares já começaram com a preparação do terreno. A primeira fase incluirá estudos geológicos detalhados e construção de infraestrutura básica. O desvio do rio está programado para os próximos dois anos.

A instalação das turbinas deve ocorrer entre 2027 e 2029. Cada unidade geradora pesará centenas de toneladas e exigirá transporte especial. Os testes de funcionamento começarão em 2030, segundo cronograma oficial.

A hidrelétrica entrará em operação comercial gradualmente a partir de 2031. A capacidade total será atingida somente em 2035, após conclusão de todas as unidades. O projeto transformará definitivamente a matriz energética chinesa.

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