
A dívida federal dos EUA já ultrapassou US$ 36 trilhões (aproximadamente R$ 200 trilhões), equivalente à cerca de 120% do PIB dos EUA, um nível não visto desde a Segunda Guerra Mundial. Algumas estimativas indicam que a dívida pode estar próxima de US$ 37 trilhões até 2026.
Composição e Crescimento da dívida dos EUA
- US$ 29 trilhões correspondem a títulos da dívida pública, com cerca de um terço nas mãos de investidores estrangeiros, como Japão, Reino Unido e China.
- US$ 7 trilhões referem-se a dívidas internas, como fundos de previdência social e pensões de funcionários federais.
A dívida pública líquida aumentou de 33,7% do PIB em 2000 para 97,8% em 2024, e as projeções indicam que pode alcançar 118% do PIB até 2035, superando o pico histórico de 106% registrado em 1946.
Déficit Orçamentário, Políticas Fiscais de Trump e Custo dos Juros
Em 2025, o déficit orçamentário federal está projetado em US$ 1,9 trilhão (6,2% do PIB), com expectativa de crescimento para US$ 2,7 trilhões até 2035. Entretanto, nos primeiros oito meses do ano fiscal de 2025, o déficit atingiu US$ 1,4 trilhão, um aumento de US$ 160 bilhões em relação ao mesmo período de 2024.
O “One Big Beautiful Bill Act” (OBBBA), aprovado em 2025, prevê cortes de impostos e aumento de gastos, adicionando entre US$ 2,4 trilhões e US$ 4 trilhões à dívida federal. Contudo, os cortes de impostos favorecem principalmente os mais ricos, reduzindo a receita federal em US$ 3,67 trilhões ao longo de 10 anos.
Os pagamentos de juros da dívida devem ultrapassar US$ 1 trilhão por ano, superando o orçamento de defesa dos EUA. Entretanto, a Moody’s projeta que os juros consumirão 30% da receita federal em 2035.
Teto da Dívida: Mercados, Riscos Econômicos e Projeções Futuras
O teto da dívida foi restabelecido em 2 de janeiro de 2025 em US$ 36,1 trilhões. O CBO estima que, se o teto não for elevado, será atingido entre agosto e setembro de 2025. Contudo, as propostas para aumentar o teto em US$ 4 trilhões foram apresentadas, mas enfrentam resistência.
A dívida dos EUA, ainda considerada um “porto seguro”, enfrenta nervosismo crescente. A Moody’s rebaixou a nota de crédito dos EUA em maio de 2025. Entretanto, o rendimento dos títulos do Tesouro a 30 anos ultrapassou 5%, refletindo maior risco percebido pelos investidores.
Os analistas consideram a trajetória da dívida insustentável, com potencial para desacelerar o crescimento econômico e aumentar os juros pagos a credores estrangeiros. Como resultado, um eventual calote poderia atrasar pagamentos de benefícios sociais e salários de funcionários.
O CBO projeta que a dívida federal alcançará 119% do PIB em 2035. Contudo, a Moody’s antecipa um déficit de 9% do PIB e uma dívida de 134% do PIB nesse mesmo ano.
Perspectivas e desafios
O Federal Reserve mantém as taxas de juros entre 4,25% e 4,50%, com pouco espaço para flexibilização devido à inflação persistente. A falta de consenso no Congresso complica a aprovação de aumentos no teto da dívida ou medidas de consolidação fiscal. Entretanto, o secretário do Tesouro afirmou que os EUA “nunca darão calote”, mas as negociações para elevar o teto continuam complexas.
Em suma, a dívida federal dos EUA em 2025 representa um desafio crescente, impulsionado por déficits orçamentários persistentes, políticas fiscais expansionistas e custos de juros elevados. O teto da dívida, que deve ser atingido em meados de 2025, será um teste crucial para a capacidade do governo de gerenciar suas finanças. Entretanto, ações coordenadas para conter o déficit e restaurar a confiança dos mercados serão essenciais para evitar impactos econômicos mais severos no longo prazo.
Fontes fornecidas pelo Grok