Corrupção na Argentina abala a Casa Rosada

CORRUPÇÃO NA ARGENTINA

A corrupção na Argentina atinge o cerne do governo de Javier Milei. Áudios vazados, atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), apontam para um suposto esquema de corrupção na Argentina na compra de medicamentos. As gravações sugerem o envolvimento direto de Karina Milei, irmã e secretária-geral da Presidência, e de Eduardo “Lule” Menem, subsecretário de Gestão Institucional. Segundo Spagnuolo, os valores desviados poderiam chegar a US$ 800 mil mensais, com Karina Milei supostamente recebendo 3% desse montante.

O presidente Javier Milei nega veementemente as acusações, classificando-as como “mentirosas” e prometendo levar Spagnuolo à justiça. No entanto, a gravidade das denúncias levou a Procuradoria Argentina a iniciar uma investigação, com buscas e apreensões de celulares e dinheiro em espécie.

Corrupção na Argentina afeta a popularidade de Milei

A crise de corrupção na Argentina também se reflete na queda acentuada da popularidade do governo. Pesquisas recentes, como a da Universidade Torcuato di Tella e da AtlasIntel, indicam uma deterioração significativa na aprovação de Milei. O Índice de Confiança no Governo caiu 13,6% em um mês, e a desaprovação atingiu 51,1%, superando a aprovação de 43,8%. A corrupção na Argentina surge como uma das principais preocupações da população do país, impactando diretamente a imagem do presidente.

Além dos escândalos, o governo enfrenta crescentes manifestações de descontentamento popular. A caravana de Milei foi atacada com pedras e outros objetos durante um ato de campanha em Lomas de Zamora, na província de Buenos Aires, forçando o presidente a ser retirado às pressas do local. Esse episódio, somado a outros, demonstra a crescente tensão social e a dificuldade do governo em manter a ordem pública.

Reunião de emergência e impacto econômico

Diante da escalada da crise Milei, uma reunião de emergência foi convocada na Casa Rosada, sede do executivo da Argentina, para discutir a situação política. O encontro, que contou com a cúpula do governo, reflete a preocupação com a divulgação de novos materiais, possivelmente vídeos, que podem aprofundar o desgaste. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, defende a tese de que os vazamentos são parte de uma “operação de desinformação orquestrada” para desestabilizar o governo e influenciar as próximas eleições provinciais.

No cenário econômico, a crise política tem gerado impactos negativos. O risco país voltou a subir para 829 pontos básicos, um nível que não era visto desde abril. Esse aumento dificulta a capacidade do governo de obter financiamento nos mercados internacionais para honrar suas dívidas, adicionando mais um desafio ao programa de austeridade de Milei. A instabilidade política e econômica cria um ambiente de incerteza, com a bolsa argentina registrando quedas e o cenário eleitoral se tornando cada vez mais imprevisível.

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