Coreia do Norte alega que os EUA aumentaram a ameaça nuclear

Coreia do Norte alertou para uma forte resposta depois de os EUA e a Coreia do Sul terem revelado uma nova estratégia militar, alegando que os EUA aumentaram a ameaça nuclear na península coreana.
Em comentários divulgados pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), estatal, na quinta-feira, um porta-voz militar de Pyongyang respondeu às conversações de alto nível entre Washington e Seul no início desta semana.
“As ações dos oficiais militares dos EUA, mostram claramente que o principal culpado pela escalada da situação na península coreana não é outro senão os Estados Unidos e os seus aliados”, afirmou o comunicado, referindo-se às reuniões na Capital sul-coreana.
Contudo, o porta-voz prosseguiu dizendo que a Coreia do Norte desenvolveria capacidades de resposta mais ofensivas e destruidoras e prosseguiria com ações militares estratégicas.
As conversações conjuntas de segurança envolveram o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e altos responsáveis militares sul-coreanos, que se comprometeram a reforçar as forças nucleares e convencionais como parte de uma “estratégia personalizada” revista contra Pyongyang.
No início deste ano, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o Pentágono aumentaria a “visibilidade regular” dos meios militares estratégicos na península coreana, esperando que a medida melhorasse a “dissuasão” contra o Norte.
Pouco depois, Washington despachou um submarino com mísseis balísticos nucleares para a Coreia do Sul pela primeira vez desde 1981, e mais tarde enviou vários bombardeiros B-52 com capacidade nuclear, atraindo dura condenação de Pyongyang.
Na sua última declaração, o Ministério da Defesa da Coreia do Norte disse que essas medidas apenas aumentaram a “ameaça nuclear”.
Irreversível e iminente
Pyongyang codificou uma nova doutrina sobre armas nucleares em lei no ano passado, declarando que a aquisição da bomba era “irreversível”, ao mesmo tempo que autorizou a primeira utilização de armas nucleares se um ataque inimigo for “considerado iminente”.
A Coreia do Norte iniciou uma série de testes de armas desde que o Presidente Biden assumiu o cargo em 2021, incluindo mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), considerando-os uma resposta legítima aos exercícios militares intensificados dos EUA e da Coreia do Sul na região.
Entretanto, Washington, Seul e outros aliados têm repetidamente criticado os lançamentos como provocativos e ilegais à luz do direito internacional, e insistem que os seus jogos de guerra são de natureza puramente defensiva.