Conflito entre Israel e Hamas deve ter pouco impacto no Brasil
A possível alta do preço do petróleo é a principal preocupação, o que pode pressionar a inflação doméstica e atrapalhar os planos de cortes dos juros.
Entretanto, ainda é cedo para avaliar a intensidade dos impactos do recente conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas na economia brasileira.
Contudo, a avaliação inicial é de que os reflexos econômicos devem ser limitados, em comparação com o embate de preços causado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia em 2022, e concentrados principalmente nas pressões sobre o preço do petróleo.
No entanto, os efeitos de curto prazo estão ligados ao petróleo e aos impactos inflacionários, afetando a política monetária.
O preço do petróleo do tipo Brent, usado como referência global, teve um aumento de 4,22%, sendo negociado a US$ 88,15 por barril. Já o WTI, referência nos Estados Unidos, teve alta de 4,3%, chegando a US$ 86,38.
A princípio, se a guerra não se intensificar, o que é provável no momento, os impactos devem ser menores do que os causados pelo conflito na Ucrânia, que afetou dois países importantes em commodities.
Contudo, há um impacto de curto prazo no petróleo, mas, por enquanto, nada muda no cenário doméstico.
Além disso, os juros a longo prazo nos Estados Unidos já alterou a estrutura da taxa de juros no Brasil, e o mercado começa a considerar uma taxa Selic mais próxima de 10,5% no final do ciclo de corte, enquanto há algumas semanas ela estava entre 9% e 9,5%.
Entretanto, com o aumento do preço do petróleo e um conflito no Oriente Médio, o cenário ficaria mais complicado.
A pressão das commodities e a desvalorização da moeda brasileira já têm gerado efeitos inflacionários, tornando o cenário de inflação mais desafiador nos últimos meses e dificultando a vida do Banco Central brasileiro.