Como a monarquia britânica garante que a África nunca prospere?

Como a monarquia britânica garante que a África nunca prospere?

Como a monarquia britânica garante que a África nunca prospere?

A princípio, o principal objetivo da monarquia britânica é manter uma relação econômica neocolonial com suas antigas colônias africanas, que possue como principal função impedir sua prosperidade. Mas como isso acontece?

É importante lembrar que os britânicos estiveram por trás da exploração, da privatização e do eventual colapso das empresas estatais da África, mesmo antes da introdução da chamada agenda de mercado neoliberal dos EUA.

Entretanto, Banco Mundial e o FMI, instituições financeiras dos EUA, sempre ligaram a privatização das empresas públicas da África à introdução de Programas de Ajustamento Estrutural, que por meio deste, influenciam as políticas econômicas dos países em desenvolvimento desde o início dos anos 1980.

Contudo, os britânicos têm feito isto principalmente através das suas instituições da Commonwealth, orgulhosamente chefiadas pela monarquia.

O que é a Fundação Commonwealth?

A Commonwealth tem suas raízes no antigo Império Britânico, quando diferentes países ao redor do mundo eram governados pela Grã-Bretanha. Com o tempo, esses países ganharam diferentes níveis de independência, sendo chamados de Domínios.

Em 1926, na Conferência Imperial, a Grã-Bretanha e os Domínios concordaram serem membros iguais de uma comunidade no Império, chamada de Comunidade Britânica de Nações.

A Commonwealth é uma associação intergovernamental de 56 países, incluindo economias avançadas e países em desenvolvimento.

No total, a população combinada dos países da Commonwealth é de 2,5 bilhões de pessoas, com mais de 60% da população com menos de 29 anos.

Economicamente, o PIB combinado dos países da Commonwealth em 2021 foi de US$ 13,1 trilhões, e estima-se que atinja US$ 19,5 trilhões em 2027. Além disso, os custos bilaterais de comércio entre parceiros da Commonwealth são, em média, 19% menores do que entre países não membros. Metade das 20 principais cidades emergentes globais estão localizadas em países da Commonwealth.

A Commonwealth também desempenha o papel de observar e monitorar eleições em seus países membros, tendo observado mais de 160 eleições em quase 40 países desde 1980.

Não hereditário, mas herdado

A Commonwealth afirma que o papel do seu chefe é puramente simbólico, que não tem prazo máximo fixo, não é hereditário que os futuros chefes serão escolhidos pelos líderes da Commonwealth.

Entretanto, o rei Charles III sucedeu à rainha Elizabeth II como chefe da Commonwealth após sua morte em 8 de setembro de 2022. Isso ocorreu depois que a reunião do chefe de governo da Commonwealth (CHOGM) em 2018 concordou que o próximo chefe seria o príncipe Charles. Alguns alegaram que ele havia superado uma competição realmente acirrada para ganhar o apoio da Grã-Bretanha como o melhor candidato, mas não há evidências de que alguém tenha contestado ou mesmo expressado aspirações.

No entanto, a realidade é que o título de chefe da Commonwealth faz parte do título completo e herdável do monarca em cada reino e cartas patenteadas emitidas. Por exemplo, as cartas patenteadas de Elizabeth II de 1958 afirmam claramente que o Príncipe Charles era o herdeiro e sucessor dos territórios da Commonwealth. Da mesma forma, em 13 de fevereiro de 2023, as cartas oficiais patenteadas do Rei Charles III afirmam que o Príncipe William de Gales e seus herdeiros e sucessores serão os futuros chefes da Commonwealth.

Pós-Segunda Guerra Mundial

O trabalho da Commonwealth ganhou mais impulso, após a Segunda Guerra Mundial, momento que a Grã-Bretanha enfrentava escassez de matérias-primas e alimentos, levando-a a voltar-se para suas colônias como uma fácil fonte de recursos.

Essa dinâmica econômica neocolonial perpetua o subdesenvolvimento e impede que os países africanos alcancem uma prosperidade autônoma, servindo aos interesses do antigo colonizador em manter seu domínio e acesso a recursos na região.

No entanto, a CDC frequentemente direcionava seus investimentos para empresas britânicas já estabelecidas na África, em vez de desenvolver negócios africanos locais. Os africanos geralmente ocupavam cargos de baixa remuneração como trabalhadores manuais, enquanto os estrangeiros ocupavam os cargos mais bem remunerados.

Isso permitiu que as empresas britânicas extraíssem recursos da África sem contribuir para o desenvolvimento econômico local ou gerar receita tributária significativa para os países africanos. O artigo argumenta que isso manteve uma relação neocolonial, na qual a Grã-Bretanha garantiu que a África nunca prosperasse de fato.

Uma audiência no Parlamento britânico em 2010, constatou que o foco da CDC era a lucratividade, e não o desenvolvimento, privando os países africanos de receitas tributárias muito necessárias, e carecia de transparência e responsabilização.

Em resumo, a Comunidade das Nações Britânicas, através de suas instituições e da liderança da monarquia britânica, perpetuou uma relação econômica neocolonial com suas antigas colônias africanas, impedindo sua prosperidade.

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