Ciclovias não promovem o uso da bicicleta

CICLOVIAS

Ciclovias e ciclofaixas ganharam a atenção em São Paulo nos últimos anos. Houve esforços significativos para expandir essa rede, visando promover a mobilidade sustentável e o uso da bicicleta como meio de transporte.

Um estudo recente investigou os fatores individuais que influenciam o uso da bicicleta como meio de transporte na cidade de São Paulo, no Brasil. Esse estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo, em parceria com outras instituições. A fim de fornecer informações relevantes para a promoção de políticas públicas e intervenções eficazes nessa área, o objetivo era compreender melhor a relação entre esses fatores e o uso da bicicleta como forma de deslocamento

Apesar de não ter explorado diretamente os efeitos das melhorias na infraestrutura, seria possível inferir que a disponibilidade e a qualidade dessas vias poderiam desempenhar um papel importante na promoção do uso da bicicleta na cidade. Entretanto, o estudo apresentou resultados diferentes quando comparou dois períodos, 2014/2015 e 2020/2021.

São Paulo teve um aumento significativo na extensão das ciclovias e ciclofaixas na cidade. Entre 2015 e 2020 o crescimento foi de 67,7%. Por outro lado, o uso da bicicleta ainda representa uma parcela muito pequena do total de viagens na região metropolitana de São Paulo. Esse meio de transporte representou apenas 0,9% dos deslocamentos em 2017.

A preferência pela bicicleta como meio de transporte alcançava 5,1% dos pesquisados em 2015. Esse número diminuiu para 4,7% em 2021.

Ciclovias recebem mais homens

Os pesquisadores entrevistaram os mesmos participantes em dois momentos distintos: em 2014/2015 (Onda 1) e em 2020/2021 (Onda 2). Foram considerados um padrão longitudinal positivo para o uso da bicicleta aqueles que relataram o uso da bicicleta nos dois momentos e aqueles que começaram a usar a bicicleta apenas na Onda 2. Por outro lado, as pessoas que não usavam a bicicleta em nenhum dos momentos ou que a usavam apenas na Onda 1 foram agrupadas em um padrão negativo para o uso da bicicleta.

Os resultados revelaram que alguns fatores individuais estavam associados ao padrão positivo de uso da bicicleta. As mulheres tinham uma menor probabilidade de serem classificadas nesse padrão, enquanto pessoas na faixa etária de 30 a 39 anos apresentavam uma maior probabilidade. Além disso, aqueles que possuíam uma bicicleta e praticavam pelo menos 120 minutos por semana de caminhada ou atividade física no tempo livre também apresentavam uma maior probabilidade de serem classificados no padrão positivo de uso da bicicleta.

Conclusões

Com base nesses resultados, os pesquisadores destacaram a importância de direcionar intervenções e promoção do uso da bicicleta para as mulheres, para pessoas de mais faixas etárias e para aqueles que não possuem uma bicicleta. Além disso, eles ressaltaram a necessidade de intervenções que promovam a atividade física, a fim de influenciar o uso da bicicleta como meio de transporte.

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