China investe em portos e avança na Rota da Seda Marítima

Mar Vermelho conflito frete marítimo

A estratégia marítima da China, conhecida como Rota da Seda Marítima (MSR), visa estender a influência e o domínio comercial global da China via investimentos em portos e infraestruturas portuárias ao longo das principais rotas marítimas.

Essa estratégia faz parte da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), que abrange o Oceano Índico até a Europa.

A China tem investido significativamente em infraestruturas portuárias em todo o mundo, o que não apenas fortalece seu papel no comércio marítimo internacional, mas também consolida sua posição como figura central na navegação e no comércio marítimo.

Através da gestão de uma rede de portos estrategicamente localizados, que abrange o Oceano Índico, Oriente Médio, África e Europa, a China tem expandido sua influência marítima.

Inicialmente, a China estendeu sua presença para 44 portos em todo o mundo, mas ao longo da última década esse número cresceu para mais de 100 locais em mais de 50 países.

Esses investimentos estratégicos são conduzidos principalmente por empresas estatais chinesas, colocando a China no controle desses centros marítimos cruciais.

O que é a Rota da Seda Marítima da China?

A Rota da Seda Marítima da China é uma estratégia abrangente que visa coordenar a logística integrada em vários modos de transporte, conectando os centros de produção chineses aos destinos em todo o mundo.

Isso envolve a administração de portos marítimos, movimentação de carga, controle de inventário, fiscalização aduaneira, gerenciamento de riscos e transporte de produtos por meio de navios porta-contêineres e soluções de frete terrestre.

Entretanto, a China fortaleceu suas capacidades de transporte marítimo, tanto em empresas estatais quanto privadas, ao longo da última década.

Além disso, envolveu a aquisição de operadores portuários e terminais estratégicos, formando uma rede de terminais ao longo da rota que liga a China às principais rotas marítimas globais.

O Oceano Índico desempenha um papel crítico nessas rotas marítimas, conectando a Ásia ao Ocidente. Portanto, a China está investindo em dois portos no Sri Lanka, que estão localizados no coração do Oceano Índico, uma vez que 80% do comércio chinês, incluindo importações cruciais de petróleo, passa por essa área.

Contudo, o Golfo Pérsico também é de importância estratégica para a China devido às suas fontes de petróleo e gás, essenciais para a expansão econômica e a segurança energética da China.

A importância económica da Rota da Seda Marítima da China

  1. Facilitação do comércio: Melhora as rotas comerciais marítimas da China, reduzindo custos de transporte e tempos de trânsito, acelerando o fluxo de bens e serviços, impulsionando o comércio internacional e o crescimento econômico.
  2. Cooperação econômica: Através da BRI, a China coopera com países parceiros, promovendo investimentos, joint ventures e desenvolvimento econômico. Essa colaboração pode levar ao aumento das oportunidades mútuas de comércio e investimento.
  3. Cooperação em capacidade industrial: A iniciativa promove a cooperação em vários setores, incluindo indústria transformadora, desenvolvimento de infraestruturas e transferência de tecnologia. Isso pode auxiliar os países ao longo da Rota da Seda Marítima a atualizar suas indústrias e promover a diversificação econômica.
  4. Integração financeira: A China, como grande credora das principais economias, estabeleceu instituições financeiras como o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (AIIB) para apoiar o financiamento de infraestruturas nos países da BRI. Essa integração financeira promove o desenvolvimento econômico por meio do financiamento de projetos que, de outra forma, poderiam ser desafiadores para os países anfitriões, especialmente no Sul Global.
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