Brasil propõe sistema de pagamentos superior ao do BRICS

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A proposta da Rússia de constituir um sistema de pagamentos específico para o BRICS, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, não tem o apoio do governo brasileiro, disse o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Alfredo Gomes.

A sugestão foi apresentada há algumas semanas pelo ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.

“Este não é um tema de trabalho, não está na agenda do Brasil”, disse o secretário em entrevista à imprensa.

Ele informou que a sugestão foi apresentada pela Rússia em reunião recente do BRICS, mas não é consenso entre os países do grupo.

De acordo com o secretário do Ministério da Economia, o Brasil defende um sistema mais ágil que a plataforma Swift, usada há cerca de 40 anos.

Segundo Gomes, o governo brasileiro entende que a elaboração de um novo sistema de pagamentos, que permita a compensação de transações internacionais no mesmo dia, deve ser discutida de forma global, sem ser restrita a um grupo de países.

Gomes defendeu que o novo sistema de pagamento seja gerido pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), instituição sediada na Suíça que reúne os bancos centrais do planeta.

A intenção do Governo do Brasil pode ser classificada de ingênua.

Os Estados Unidos, que controlam o atual sistema mais utilizado junto com outros centros financeiros internacionais, não abrem mão do controle.

As sanções impostas ao Irã, à Venezuela e, agora, à Rússia, deixam isso bem claro.

“Faz sentido a gente ter uma discussão sobre como estabelecer uma nova plataforma. O Brasil entende que isso deve ser em âmbito multilateral, global. Não uma solução específica de alguns países. Até para evitar a fragmentação”, justificou o secretário, que preferiu se ater a aspectos técnicos e burocráticos.

Ao propor um sistema do BRICS, a Rússia pretende justamente escapar do controle norte-americano.

Assim pretende a China, que criou o Cips, porém ainda praticamente restrito às transações chinesas com outros países.

No início do mês, o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, defendeu a criação de um sistema próprio de pagamentos entre os países do Brics.

Ele justificou a proposta com base na deterioração da situação econômica da Rússia com as sanções internacionais impostas após o início da guerra com a Ucrânia.

Na avaliação do governo russo, o novo sistema traria mais independência financeira aos países emergentes, com a ampliação do uso de moedas nacionais.

Para Siluanov, existe a necessidade de acelerar a integração de sistemas de pagamentos e de cartões e de criar um sistema próprio de intermediação entre os membros do BRICS.

(Por Monitor Mercantil)

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