Brasil garante financiamento de R$ 24,6 bi em visita à China

Brasil garante financiamento de R$ 24,6 bi em visita à China.

O vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, encontrou o presidente da China, Xi Jinping, nesta sexta-feira (7/6), encerrando uma missão oficial de quatro dias na China. Essa missão resultou, entre outras coisas, em R$ 24,6 bilhões em concessões de crédito ao Brasil. A VII Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação (Cosban), co-presidida por Alckmin, facilitou a aprovação desses recursos, destinados a obras de infraestrutura, incluindo a reconstrução do Rio Grande do Sul.

Financiamento para Rio Grande do Sul

“Garantimos mais de R$ 24,6 bilhões em financiamentos para diversos projetos no Brasil, com um foco significativo na reconstrução do Rio Grande do Sul”, disse Alckmin ao concluir a missão à China. Entretanto, durante sua estadia no país, o vice-presidente enfatizou o compromisso do Governo Federal com o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente, destacando a estabilidade do Brasil, sua economia em expansão e as reformas recentes, como a tributária, que facilitam os investimentos no país.

No Rio Grande do Sul, o destaque entre os empréstimos firmados durante a missão oficial foi o memorando de entendimento (MOU) entre o Ministério da Fazenda e o Banco Asiático de Investimentos e Infraestrutura (AIIB), assegurando até R$ 5 bilhões para apoio emergencial ao estado. “A reconstrução do estado será maior que a destruição”, assegurou Alckmin.

CDB e BNDES

O Banco de Desenvolvimento da China (CDB) concederá outros R$ 4 bilhões em crédito ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apoiar projetos de infraestrutura no Brasil, incluindo aqueles relacionados à mudança do clima e à economia verde. Além disso, CDB e BNDES também acordaram um crédito de R$ 3,6 bilhões para ações de investimento do BNDES.

Em termos bilaterais, o Banco de Exportação e Importação da China (Eximbank) e o Banco do Brasil (BB) assinaram um acordo de empréstimo de R$ 2,5 bilhões para facilitar o comércio e a cooperação entre Brasil e China. Contudo, o BB também estabeleceu um acordo com o CDB para uma linha de crédito de R$ 2,5 bilhões, visando aprofundar a cooperação pragmática entre os dois países. Além disso, para completar a lista de investimentos, BNDES e AIIB assinaram uma carta de intenção para negociar uma nova linha de crédito de R$ 1,3 bilhão.

Financiamentos e exportações

Durante a missão de Alckmin à China, o New Development Bank (NDB), o banco dos BRICS, formalizou um financiamento de R$ 5,7 bilhões para o Rio Grande do Sul, com o acordo sendo assinado pelo vice-presidente e pela presidenta do NDB, Dilma Rousseff.

Além desses anúncios, que totalizam R$ 24,6 bilhões, a missão liderada por Alckmin retorna ao Brasil com um acordo assinado com a ApexBrasil para a venda de 120 mil toneladas de café brasileiro, o equivalente a US$ 500 milhões, para a rede de cafés chinesa Luckin Coffee. Contudo, este acordo duplica o valor exportado em café para a China em comparação com 2023.

Parceria Sinovac e Fiocruz

A Sinovac, conhecida no Brasil por produzir a Coronavac, um dos principais imunizantes utilizados no país contra o coronavírus, investirá R$ 500 milhões para desenvolver, em parceria com a Fiocruz, vacinas e imunizantes no Brasil.

As plenárias da Cosban, um mecanismo sofisticado de negociação bilateral entre Brasil e China, ocorrem a cada dois anos; em 2026, o encontro será no Brasil. “As reuniões bienais da Cosban são extremamente importantes para manter os canais de diálogo entre os dois governos abertos, permitindo, contudo, o aprofundamento de nossa parceria em uma ampla gama de projetos”, declarou o vice-presidente.

O vice-presidente Geraldo Alckmin foi recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping, no Palácio do Povo em seu último compromisso oficial em Pequim antes de retornar ao Brasil. “A reunião da plenária com a Cosban foi um sucesso”, declarou Alckmin. “O presidente Lula lançou o PAC, um grande programa de modernização da infraestrutura, e estou confiante de que teremos muitas empresas chinesas trabalhando para alcançar esse objetivo”, afirmou o vice-presidente, referindo-se ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento

Parceria Brasil-China

Durante a missão oficial, Alckmin e os ministros que compunham a comitiva promoveram amplamente o PAC a empresários e autoridades chinesas, buscando uma maior integração entre Brasil e China. Contudo, ao receber Alckmin no Palácio do Povo, Jinping ressaltou que “China e Brasil são parceiros e irmãos que avançam com a mesma vontade e aspiração”. Além disso, este ano, os dois países celebram 50 anos de relações diplomáticas. “As relações China-Brasil transcendem o escopo bilateral e servem como exemplo para promover a união e cooperação dos países em desenvolvimento, e a paz e estabilidade do mundo”, disse o presidente chinês.

Na missão à China, o vice-presidente destacou a agenda do G20 presidida pelo Brasil, mencionando, entretanto, o compromisso brasileiro com a transição energética, a segurança alimentar e a reforma da governança multilateral. Além disso, Brasil e China compartilham a sinergia na defesa e implementação desses objetivos.

Além disso, Alckmin também manteve encontros com representantes de empresas chinesas de setores como energia, automotivo e farmacêutico durante a visita. Ademais, um número recorde de empresários brasileiros participaram de um fórum empresarial destinado a fortalecer a relação bilateral entre países.

Os ministros que acompanharam o vice-presidente na missão à China foram: Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (MPO), Carlos Fávaro (MAPA), Wellington Dias (MDS), Márcio França (MENP) e Paulo Teixeira (MDA), além dos presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana, e da ABDI, Ricardo Cappelli.

Fonte: gov.br

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