Agrotóxicos cancerígenos contaminam chuvas em SP

Agrotóxicos cancerígenos contaminam chuvas em SP e acendem um alerta sobre a qualidade da água na região. Estudos recentes evidenciam que essas substâncias, muitas das quais são proibidas, representam riscos à saúde da população. A contaminação enfatiza a necessidade urgente de regulamentação e monitoramento rigoroso do uso de pesticidas na agricultura.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizou um estudo que revelou a contaminação da água das chuvas em três regiões de São Paulo por 14 moléculas de agrotóxicos, incluindo substâncias proibidas. Os pesquisadores detectaram a atrazina em 100% das amostras coletadas em Campinas, Brotas e na capital. Assim, Campinas, com 701 microgramas por metro quadrado, apresentou a maior contaminação, seguida por Brotas e São Paulo.
Além disso, os pesquisadores alertam que parte dos pesticidas se volatiliza sendo transportada pela atmosfera, tornando a ideia de água da chuva limpa um mito.
Riscos à saúde
Além da atrazina, carbendazim e 2,4-D, a exposição a pesticidas na água pode causar outros riscos à saúde. Em particular, muitos agrotóxicos são carcinogênicos e aumentam o risco de câncer, como linfoma não-Hodgkin e leucemia.
Além disso, essas substâncias também interferem no sistema endócrino, levando a problemas de desenvolvimento e disfunções reprodutivas. Da mesma forma, a exposição a pesticidas neurotóxicos pode danificar o sistema nervoso, afetando a memória e a coordenação.
Ademais, a inalação de vapores pode agravar doenças respiratórias, enquanto a exposição pode causar distúrbios gastrointestinais, como náuseas e diarréia. Portanto, esses riscos ressaltam a necessidade de monitoramento e regulamentação rigorosa do uso de agrotóxicos.
Por fim, o estudo, publicado na revista Chemosphere, destaca a importância de cuidar ao usar água da chuva, especialmente em áreas com crises hídricas, e aponta a falta de padrões de segurança para muitas dessas substâncias. Assim, a pesquisa enfatiza que mais estudos são necessários para entender os impactos a longo prazo da contaminação.
Fonte: Revista Fapesp