China e Cuba fecham acordo de base militar

CHINA CUBA

Pequim e Havana estão em negociações para estabelecer um centro de treinamento militar em Cuba, informou o Wall Street Journal, citando atuais e ex-funcionários dos EUA que falaram sob condição de anonimato.

A inteligência dos EUA agora afirma que as instalações de espionagem conjuntas na ilha foram apenas o começo.

As negociações sobre a base na costa norte de Cuba estão “em estágio avançado, mas não concluídas”, afirmou o WSJ, com base no que as autoridades descreveram como “convincentes, mas fragmentárias” em relatórios de inteligência dos EUA altamente confidenciais.

Um oficial atual e um ex-funcionário disseram que a instalação faria parte do ‘Projeto 141’, uma iniciativa militar chinesa para estabelecer bases e apoio logístico em todo o mundo. 

Coleta de informações

Se for verdade, isso “poderia fornecer à China uma plataforma para potencialmente abrigar tropas permanentemente na ilha” e potencialmente expandir a coleta de informações contra os EUA.

O relatório vem logo depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, visitou o presidente chinês, Xi Jinping, para “interromper uma espiral descendente nas relações” entre Washington e Pequim. 

A mesma agência alegou a existência de uma “base de espionagem chinesa” em Cuba no início deste mês.

Bases chinesas desde 2019

Após negar o relatório como “impreciso”, a Casa Branca revelou relatórios de inteligência que afirmavam que quatro instalações chinesas de coleta de inteligência estavam em Cuba desde pelo menos 2019.

Cuba chamou o relatório original do WSJ de “totalmente mentiroso e infundado”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da China disse em 9 de junho que os EUA eram “especialistas em perseguir sombras” em outros países e se intrometer em seus assuntos. 

Base americana por mais de 60 anos

Pequim também observou que Washington bloqueou Havana por mais de 60 anos e mantém sua própria base militar na Baía de Guantánamo.

A Casa Branca se recusou a comentar a nova história do WSJ. 

Conforme as autoridades não identificadas, o governo do presidente Joe Biden procurou Cuba para bloquear o acordo, citando “o que acha que pode ser uma preocupação cubana sobre ceder a soberania”.

Especulações

Outras autoridades especularam que o movimento da China pode ser um contra-ataque ao envio de mais de 100 soldados dos EUA a Taiwan, para treinar os militares locais, no início deste ano. 

Entretanto, observou-se que Taiwan estava aproximadamente à mesma distância do continente chinês que Cuba dos EUA. 

Aliás, esqueceu-se de observar que os EUA reconhecem a ilha como chinesa sob a política de “Uma China”, enquanto Cuba é um estado independente desde 1902.

Huawei e ZTE rastreados pelos EUA

Em outra reportagem do WSJ, é relatado que durante o governo Trump, funcionários da Huawei e ZTE foram rastreados pelos EUA em sites suspeitos de espionagem chinesa em Cuba.

Entretanto, a inteligência reforçou as suspeitas de que os gigantes das telecomunicações podem estar desempenhando um papel na expansão das capacidades da China na ilha.

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