Navios petroleiros da Venezuela colocam em risco meio ambiente

VENEZUELA PETROLEIROS

De acordo com um relatório interno da petroleira estatal PDVSA, mais da metade dos 22 petroleiros da frota da Venezuela estão danificados e deveriam ser retirados de serviço.

O relatório do ramo marítimo da PDVSA, intitulado “Deficiências e riscos críticos da frota de petroleiros da PDV Marina”, apontou anos de manutenção postergada que deixaram toda a frota em risco de derramamentos, naufrágios, incêndios, colisões ou inundações.

Além disso, esses navios petroleiros da Venezuela colocam em risco o meio ambiente.

Tais documentos, datados de janeiro de 2022 a março deste ano, detalham as condições dos petroleiros da empresa, os custos de afretamento de embarcações de terceiros e a situação dos contratos de construção naval com empresas na Argentina e no Irã.

Como consequência, a deterioração da frota forçou a PDVSA a fretar navios-tanque para transportar seu petróleo, disse a análise da divisão comercial da PDVSA.

Investigação anticorrupção

Os relatórios foram preparados em meio a uma ampla investigação anticorrupção ordenada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em outubro passado, após a descoberta de bilhões de dólares em pagamentos inadimplentes de exportações de petróleo. 

Entretanto, mais de 60 pessoas foram presas e o executivo-chefe da PDVSA e o ministro do petróleo do país foram substituídos.

Contudo, nenhuma ação foi tomada enquanto a auditoria nas operações da empresa continua.

Alguns petroleiros da PDVSA têm pelo menos 30 anos, isso é muito além da vida útil recomendada, conforme o relatório da PDV Marina. 

A PDVSA arrendou 41 navios no ano passado, pagando cerca do dobro da taxa de mercado, entre US$ 14.000 e US$ 36.500 por dia, para proprietários de navios-tanque dispostos a trabalhar com a Venezuela, apesar das sanções dos EUA impostas em 2019.

Navios não entregues

Pelo menos quatro petroleiros encomendados a estaleiros estrangeiros foram retidos devido a atrasos de pagamento, aumentos de custos e sanções.

Além disso, as auditorias ordenadas pela PDVSA, como parte da investigação anticorrupção de Maduro, trouxeram mais atrasos.

A Venezuela pagou a estaleiros no Irã e na Argentina pelo menos US$ 300 milhões por seis novos navios encomendados desde 2005, entretanto até agora só receberam dois.

Fonte: Reuters

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