Gripe aviária: 17 mil aves mortas em primeiro caso no RS

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O governo do Rio Grande do Sul confirmou na sexta-feira (16) que a gripe aviária matou 17 mil aves em uma granja comercial em Montenegro, a 70 km de Porto Alegre. Este representa o primeiro caso da doença em uma instalação comercial no Brasil, marcando um momento crítico para o setor avícola nacional.
A granja afetada produz galinhas matrizes que fornecem material genético para avicultores. Em um dos dois galpões, o vírus H5N1 matou todas as aves, enquanto no segundo galpão eliminou 80% dos animais. As autoridades sacrificaram as aves sobreviventes para conter a propagação do vírus.
Zoológico também afetado
Paralelamente, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul registrou a morte de 90 aves aquáticas, principalmente cisnes e patos. Como resultado, o zoológico fechou suas portas por tempo indeterminado, enquanto especialistas monitoram as aproximadamente 500 aves aquáticas restantes.
Medidas de contenção implementadas
Para controlar o surto, o governo estadual implementará seis barreiras fixas de desinfecção e uma barreira de desvio a partir de sábado (17). Estas operarão 24 horas por dia em um raio de 10 km do foco, inspecionando veículos de carga animal, transporte de ração e leite.
Além disso, as autoridades rastreiam ativamente os ovos produzidos na granja afetada para eliminação. O município de Montenegro, que abriga mais de 500 produtores de aves, permanece sob vigilância intensiva.
Impacto econômico e resposta internacional
O impacto econômico já se manifesta com a China e a União Europeia suspendendo a importação de carne de frango brasileira. Entretanto, o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, negocia com parceiros comerciais para limitar as restrições somente ao Rio Grande do Sul.
Positivamente, países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas já aprovaram a regionalização das restrições, permitindo que outras regiões do Brasil continuem exportando.
Segurança para consumidores
As autoridades sanitárias enfatizam que não existe risco para a saúde dos consumidores. “O consumo de produtos avícolas pode ser feito normalmente, com absoluta tranquilidade”, afirmou José Cleber Dias de Souza, superintendente de Agricultura e Pecuária do RS. A doença não se transmite pelo consumo de carne de aves ou ovos.
O governador em exercício, Gabriel Souza, garantiu que equipes veterinárias estão implementando todos os protocolos sanitários necessários para controlar o foco e restaurar o status sanitário do estado rapidamente.
Este surto acende um alerta para o setor avícola brasileiro, que até agora havia registrado o vírus somente em aves silvestres.