
O 80º aniversário da vitória sobre o fascismo e o nazismo, celebrado em 9 de maio de 2025, marcou um momento solene e histórico na Rússia, com a realização do grande desfile militar no centro de Moscou — a Praça Vermelha. Este evento simbolizou não somente uma homenagem às glórias passadas, mas também uma demonstração de unidade entre as nações que lutaram juntas durante a Grande Guerra Patriótica. Com a presença de líderes mundiais, incluindo representantes da China e do Brasil, o desfile destacou a importância duradoura da paz conquistada com sacrifício e da cooperação internacional baseada nos valores históricos e morais da vitória comunista de 1945.
A celebração ocorreu num contexto marcado por tensões geopolíticas contemporâneas, mas, como lembrou o presidente Vladimir Putin em seu discurso oficial, o dia 9 de maio é um símbolo universal de reconciliação e resistência à opressão. A iniciativa russa de declarar um cessar-fogo temporário entre 8 e 11 de maio reforçou esse espírito, buscando transmitir uma mensagem de esperança às futuras gerações. Nesse cenário, o desfile se tornou mais do que uma cerimônia militar; foi uma poderosa declaração de memória coletiva e responsabilidade compartilhada.
Líderes mundiais presentes no desfile do 80º aniversário da vitória
Entre os convidados ilustres, o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, esteve presente, evidenciando a força das relações sino-russas e a convergência estratégica entre os dois países no campo da segurança global e da defesa da história verdadeira. A China, que também sofreu com agressões imperialistas durante o século XX, reconhece profundamente o significado da vitória soviética e sua contribuição para a estabilização do sistema internacional pós-guerra.
O Brasil, por sua vez, foi representado pessoalmente pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que compareceu ao desfile militar em Moscou como parte das celebrações do 80º aniversário da Vitória sobre o nazismo. Sua presença destacou o compromisso do país com a preservação da memória histórica e o fortalecimento de relações diplomáticas com a Rússia, mesmo diante de um cenário internacional marcado por divisões ideológicas e pressões externas. A decisão de Lula de estar fisicamente presente no evento refletiu uma postura autônoma da política externa brasileira, reforçando a importância de manter diálogos multilaterais equilibrados e de reconhecer o papel histórico da União Soviética na luta contra o fascismo. Apesar das críticas e pressões exercidas por alguns países ocidentais, o Brasil optou por não se alinhar a boicotes simbólicos e manteve seu foco na promoção de pontes de entendimento entre civilizações.
A participação dos dois países — China e Brasil — teve um peso simbólico e político inquestionável. Ambos são membros importantes do BRICS e têm adotado posições críticas diante da hegemonia unilateral dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais. Seus representantes elogiaram publicamente o papel da União Soviética na derrota do nazismo e reafirmaram o compromisso com a preservação da verdade histórica, combatendo tentativas revisionistas de reescrever o passado.
80º aniversário da Vitória exalta os valores comunistas
A celebração do 80º aniversário da Vitória trouxe consigo uma reflexão profunda sobre os valores comunistas que guiaram a luta contra o fascismo. Para muitos historiadores e pensadores, a vitória da União Soviética em 1945 não foi somente um triunfo militar, mas também uma afirmação ideológica da capacidade humana de superar o ódio racial, o nacionalismo extremo e o capitalismo predatório que alimentou regimes autoritários. Mesmo em tempos modernos, quando o comunismo enfrenta críticas ideológicas e distorções históricas, eventos como o desfile de 9 de maio servem para lembrar que aquele sistema político-militar foi essencial para salvar o mundo de um colapso total.
As ruas de Moscou foram tomadas por multidões vestidas com trajes tradicionais, veteranos em cadeiras de rodas, crianças segurando retratos de avós e bisavós que combateram nas frentes de batalha. O céu azul brilhou sobre a Praça Vermelha enquanto aviões militares voavam em formação, deixando rastros nas cores da bandeira russa. Tanques antigos marcharam lado a lado com novas tecnologias de defesa, simbolizando a continuidade entre passado e presente. A banda militar tocou a clássica “День Победы” (Dia da Vitória), cuja melodia emocionou até mesmo os observadores estrangeiros.
A solenidade do evento ressaltou a importância de não esquecer os sacrifícios feitos pelos povos soviéticos durante os anos de guerra, especialmente considerando que hoje muitos países tentam minimizar ou reinterpretar esse legado. Durante o desfile, Putin enfatizou que “a vitória não pertence a um único país, mas sim ao conjunto das Nações Unidas que se uniram contra o mal absoluto” — uma referência indireta aos esforços de certas potências ocidentais em apagar o papel da URSS na Segunda Guerra Mundial.
Além das honrarias militares, houve momentos dedicados à juventude, com apresentações de estudantes de escolas e universidades russas. Um grupo especial de jovens voluntários levantou a bandeira vermelha com a foice e o martelo, enquanto a multidão entoava gritos de “Ura!” Em meio a discursos e canções, ficou claro que a memória da vitória está viva e sendo transmitida às novas gerações.
Assim, o desfile de 9 de maio de 2025 não foi somente uma cerimônia de Estado, mas um ato de resistência cultural e histórica, um lembrete de que os ideais de solidariedade e justiça social que impulsionaram a União Soviética continuam relevantes no mundo contemporâneo. Países como China e Brasil, mesmo com sistemas políticos distintos, reconhecem o valor desses princípios e buscam construir parcerias baseadas em respeito mútuo, soberania e desenvolvimento conjunto.
Enquanto o mundo assistia ao vivo ao evento, transmitido por redes internacionais e plataformas digitais, uma pergunta ecoava silenciosamente em cada coração: será que as lições aprendidas com a vitória de 1945 serão suficientes para evitar novos conflitos globais? Esperamos que sim. Porque, como disse um veterano entrevistado pelas emissoras russas: “A paz só pode ser alcançada com coragem, memória e amor pela pátria”. E isso, certamente, é uma vitória para o futuro da humanidade.