Ações da Petrobras: Comprar? Esperar? Análise pós-abril 2025

PETROBRAS

As ações da Petrobras, listadas por PETR4 (preferenciais) encerraram abril de 2025 com uma queda expressiva de mais de 15%. Isso marcou o pior desempenho mensal desde setembro de 2022. Esse declínio reflete uma combinação de fatores, incluindo a queda nos preços do petróleo e incertezas políticas e corporativas. No radar estão as mudanças na política de distribuição de dividendos e receios de maior intervenção governamental.

A guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China também impactou negativamente o setor de energia. Isso afetou a demanda global por petróleo e, consequentemente, pressionou os preços da commodity. Essa situação levou os investidores a reavaliar suas posições em empresas do setor, incluindo a Petrobras.

Perspectivas sobre as ações da Petrobras

Apesar desse cenário desafiador, a Petrobras apresentou uma prévia operacional do primeiro trimestre de 2025 em linha com as expectativas do mercado. A produção total de óleo atingiu 2,2 milhões de barris diários, com destaque para o pré-sal, que representou 73% do total produzido. Essa desempenho indica uma melhora no custo de extração e reforça a eficiência operacional da companhia.

Analistas projetam um Ebitda ajustado de US$ 11,5 bilhões para o primeiro trimestre, representando um aumento de 16,8% em relação ao trimestre anterior. Essa melhora é atribuída ao aumento da produção e às melhores margens de refino. Além disso, a redução do nível de investimentos (CAPEX) deve levar a uma melhora do fluxo de caixa livre da companhia, possibilitando o pagamento de dividendos bilionários.

No que diz respeito aos dividendos, estima-se que as ações da Petrobras distribuam US$ 1,6 bilhão com base nos resultados do primeiro trimestre. Isso equivale a R$ 0,72 por ação e a um dividend yield (DY) de 2,3%. Contudo, os dividendos trimestrais podem chegar até US$ 2,5 bilhões, com DYs de 3,6% e 3,3%, respectivamente, apontam estimativas. Para o ano de 2025, as projeções de DY variam entre 12% e 14%, dependendo do cenário dos preços do petróleo.

Maio e Perspectivas para ações da Petrobras Pós-Abril 2025

Maio será decisivo. A Opep+ deve definir limites de produção, fator-chave para preços do petróleo. Se a demanda global se recuperar e a Petrobras entregar metas de eficiência, a ação pode reagir. Por outro lado, pressões macroeconômicas, como juros altos nos EUA, continuam ameaçando o setor.

Abril foi cruel para a Petrobras (PETR4). A ação caiu mais de 15% no mês, arrastada por estoques elevados nos EUA e incertezas sobre a Opep+. Até 02/04, cotava-se a R$ 37,20, com volume zero em pregão específico. Apesar da queda, analistas dividem opiniões: alguns veem oportunidade; outros, eventuais riscos.

Comprar? Oportunidade ou armadilha?

O UBS BB mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 49 para ações preferenciais. A lógica: dividendos atrativos (esperados em 13% para 2025) e possíveis ganhos com aumento de produção. A Petrobras deve divulgar resultados do 1º trimestre com melhora sequencial, graças a fluxo operacional mais forte. Além disso, o último dividendo foi de R$ 0,68 por cota em março, reforçando o apelo para renda passiva.

Esperar? Cautela diante da volatilidade

Porém, a cautela prevalece. O BB deixou de recomendar a ação, citando pressões externas como discussões sobre aumento de produção pela Opep+. Além disso, o contrato futuro de abril (PETRPJ25) reflete instabilidade, com oscilações nos preços. Investidores que buscam segurança podem optar por aguardar sinais claros de recuperação ou ajustes na política da estatal.

Vender? Lucro curto vs. longo prazo

Para quem já lucrou com dividendos, vender pode ser estratégico. A data-base para recebimento foi 16/04, com pagamento garantido para acionistas nessa data. No entanto, vender agora ignora potencial futuro: a Petrobras planeja aumentar a produção, o que pode impulsionar resultados no 2º semestre.

Diante desse contexto, a recomendação para os investidores é de cautela. Embora as ações da Petrobras apresentem fundamentos sólidos e perspectivas de dividendos atrativos, as incertezas políticas e a volatilidade dos preços do petróleo exigem uma análise cuidadosa. Alguns analistas mantêm uma recomendação neutra para as ações da companhia, aguardando sinais mais claros de estabilização dos mercados antes de retomar uma recomendação de compra.

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