Aumento de até 200% na água, anuncia CEO da Sabesp

Foto: Governo do Estado de São Paulo
O aumento deve vigorar a partir de 2025. “Desconto de antes é porque a empresa era estatal”, disse o novo CEO da Sabesp, Carlos Piani.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vem notificando, há pelo menos um mês, o fim dos descontos nas tarifas para grandes consumidores, como indústrias, hospitais, supermercados e restaurantes, a partir de 2025. A medida, segundo a Sabesp, visa garantir a igualdade entre todos os clientes e promover a sustentabilidade dos serviços.
Não é mais estatal
“Os descontos concedidos anteriormente se justificavam pelo caráter estatal da empresa”, afirmou o novo CEO da Sabesp, Carlos Piani, em entrevista de ontem (11) a um jornal de São Paulo. “Agora, com a nova gestão, buscamos maior equidade e eficiência na prestação dos serviços”, complementa Carlos Piani.
A decisão da Sabesp gerou preocupação em diversos setores da economia, que temem um impacto significativo em suas operações. Essa medida unilateral da empresa deve elevar os custos com a água em até 200%, calculam os consumidores.
Aumento seria necessário
A Sabesp argumenta que sua decisão é necessária para garantir a manutenção e expansão da infraestrutura hídrica do estado. Isso também deverá permitir investimentos em novas tecnologias para melhorar a qualidade do serviço. A empresa promete utilizar os recursos do aumento das tarifas para ampliar o acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário em áreas carentes.
No entanto, críticos da medida afirmam que o aumento das tarifas pode prejudicar a competitividade das empresas paulistas. A medida certamente ocasionará um efeito cascata, com repasse dos custos para o consumidor final. Além disso, questionam a necessidade de eliminar os descontos para grandes consumidores. Esses consumidores são muitas vezes responsáveis por um grande volume de consumo e geram receitas significativas para a Sabesp.
A decisão da Sabesp ainda deve gerar debates e mobilizações nos próximos meses. Os setores afetados estudam acionar a Justiça. A empresa terá que apresentar um plano detalhado de como os recursos obtidos com o aumento das tarifas serão utilizados. Além disso, deverá buscar um diálogo com os setores produtivos para minimizar os impactos da medida.