Crise do Mar Vermelho pode gerar inflação global
Ataques prolongados dos Houthi a navios arriscam ter efeitos devastadores na economia global, conforme a OilPrice.
Custos de frete mais altos e atrasos nas entregas de carga em meio à crise do Mar Vermelho podem aumentar a inflação global, de acordo com um relatório da OilPrice.
As perturbações no comércio global causadas pelos contínuos ataques dos Houthi a navios no Mar Vermelho têm enviado ondas de choque através das cadeias de abastecimento globais.
Rotas mais longas e preços mais altos
Analistas dizem que as repercussões no tráfego na principal rota comercial podem continuar durante meses e, em última instância, resultar em escassez de navios porta-contentores, que agora estão utilizando rotas mais longas em torno do Cabo da Boa Esperança, na África Austral.
“Isso sobrecarregaria as cadeias de abastecimento e poderia resultar em preços mais altos dos produtos finais, o que alimentaria a inflação no momento em que os bancos centrais começaram a sinalizar que cortes nas taxas estão previstos”, escreveu a OilPrice.
Recessão e juros altos
Especialistas afirmam que a inflação e as altas taxas de juros representam um risco de recessão para as principais economias, que desafiaram as previsões de uma recessão em 2023.
Os bancos centrais poderiam manter taxas de juros altas por um período mais longo do que o atualmente esperado em meio à crise do custo de vida enfrentada por milhões de famílias, conforme a OilPrice.
A Europa poderá ser particularmente vulnerável à inflação, considerando que o Canal de Suez é sua principal rota comercial marítima a partir da Ásia, observou.
Os rebeldes Houthi baseados no Iêmen realizaram dezenas de ataques com drones e mísseis no Mar Vermelho desde o início do conflito Israel-Hamas, em outubro.
O grupo militante prometeu continuar até que as hostilidades terminem e o bloqueio israelense a Gaza seja suspenso.
O tráfego marítimo através da rota marítima vital, que normalmente representa 15% do transporte comercial global, caiu 37% até agora em 2024 em relação ao ano anterior, de acordo com dados do FMI.